Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de setembro de 2022
Uma nova variante de varíola dos macacos foi identificada no Reino Unido, despertando preocupação entre as autoridades de saúde. A pessoa que foi testada com a nova cepa do vírus esteve recentemente na África Ocidental.
Existem duas principais variantes conhecidas do vírus monkeypox, Clade I e Clade II – sendo o último a versão menos mortal. O Clade II é responsável pelo surto no Reino Unido, que teria desacelerado nas últimas semanas. No entanto, acredita-se que a cepa que acaba de ser descoberta seja a versão anterior mais mortal da doença, o Clade I.
Essa variante é conhecida por ser dez vezes mais mortal que o Clade II, matando uma em cada dez pessoas que contraem o vírus.
Os especialistas agora estão realizando mais testes para ver se a cepa detectada é de fato a versão do vírus do Clade I.
As autoridades de saúde do Reino Unido agora estão rastreando os contatos da pessoa identificada com a cepa para fazer testes. O país soma pelo menos 3.279 casos conhecidos de varíola dos macacos. Por lá, já é aplicada a vacina contra a doença.
Sintomas
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, sintomas da varíola dos macacos podem incluir:
— Febre
— Dor de cabeça
— Dores musculares e dores nas costas
— Linfonodos inchados
— Arrepios
— Sintomas respiratórios (por exemplo, dor de garganta, congestão nasal ou tosse)
— Erupção cutânea que pode se parecer com espinhas ou bolhas que aparecem no rosto, dentro da boca e em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus.
— A erupção passa por diferentes estágios antes de cicatrizar completamente. — A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
Às vezes, as pessoas ficam com uma erupção cutânea primeiro, seguida por outros sintomas. Outros só experimentam uma erupção cutânea.
Problemas cardíacos
Quatro especialistas em cardiologia acompanharam um paciente de 31 anos que foi diagnosticado com varíola dos macacos no Hospital Central da Universidade de São João, em Portugal, após cinco dias de mal-estar e, três dias depois, voltou ao centro médico com dores no peito irradiadas para o braço esquerdo.
Além das pústulas no corpo, o paciente estava com sintomas de miocardite aguda e síndrome coronariana aguda. O paciente foi internado e submetido a exames para avaliar a condição cardiológica.
O ecocardiograma demonstrou anomalias e os exames laboratoriais revelaram níveis elevados de proteína C reativa, além de creatina fosfoquinase, troponina e peptídeo natriurético cerebral, elementos que se elevam ou surgem quando há lesão por estresse no coração.
Por fim, os médicos submeteram o paciente a uma ressonância magnética cardíaca, que mostrou imagens que revelaram inflamação miocárdica e diagnóstico de miocardite aguda. “A miocardite viral é frequentemente presumida quando acompanhada de um quadro clínico de doença febril, mialgias e mal-estar, seguido de início rápido de sintomas cardíacos”, explica Ana Isabel Pinho, uma das médicas que analisou o caso e principal autora do estudo.
Ela ainda alerta que esse tipo de miocardite pode desenvolver um quadro ainda mais complexo.