Sexta-feira, 19 de abril de 2024

“Nova York está pronta para recebê-lo”: cidade faz campanha para ter de volta o turista estrangeiro

Nova York luta para revitalizar sua economia, arrasada pela pandemia, mas ainda falta um elemento essencial: o visitante internacional mão-aberta.

Antes da chegada do coronavírus, a cidade vivia cheia, com números recordes de europeus, asiáticos e sul-americanos lotando hotéis, restaurantes, teatros da Broadway e museus, gastando bilhões de dólares e gerando empregos para os moradores locais.

Pois agora que o governo federal decidiu abrir as fronteiras do país para os vacinados, em 8 de novembro, a metrópole já prepara uma campanha para lá de agressiva para atrair os turistas de volta o mais rapidamente possível — em tempo talvez de salvar a temporada natalina.

Embora os americanos de outros estados já tenham começado a voltar, a ausência do estrangeiro deixa um buraco nas finanças municipais, já que é ele que tende a permanecer mais tempo e a gastar mais.

Muitos nova-iorquinos às vezes se impacientam com os turistas, mas é deles o papel importantíssimo de impulsionar o crescimento local. Segundo os economistas, é o setor que cria postos de trabalho de renda média, para os quais não se exige curso superior.

Antes da pandemia, as visitas gastavam US$ 47 bilhões anualmente e garantiam mais de 280 mil empregos, de acordo com as estimativas oficiais, sendo que metade desse valor vinha de gente de fora, ainda que respondesse por 20% de todos os turistas. Este ano, o órgão oficial da indústria prevê um gasto de US$ 24 bilhões, metade do total de 2019.

A agência, NYC & Co., reduziu ligeiramente a previsão para 34,6 milhões de visitantes em 2021, incluindo apenas 2,8 milhões internacionais, o que representa pouco mais da metade do total do recorde de 2019, quando houve quase 67 milhões, sendo 13,5 milhões de fora do país.

Agora, planeja investir US$ 6 milhões com uma campanha com o tema “É hora de ir para Nova York” em oito países — e já começou a trocar o slogan dos outdoors em Londres e algumas outras cidades, de “Nova York também sente saudades suas” para “Nova York está pronta para recebê-lo”.

Segundo Fred Dixon, CEO da NYC & Co., a recuperação do turismo perdido vai levar anos, mas a iniciativa pode ajudar.

“A demanda acumulada é imensa; as pessoas estão ansiosas para voltar a viajar”, garante.

Sem passageiros

Muitas empresas e profissionais da cidade admitem que sua sobrevivência depende de um fluxo robusto de visitantes internacionais.

A falta de visitantes durante a pandemia arrasou o setor de hotéis, forçando dezenas a fechar as portas, muitas vezes definitivamente, e deixando milhares de pessoas sem emprego há mais de um ano. Alguns como o Hilton Midtown, o maior da cidade, reabriram este mês antecipando o aumento de visitas por conta da retomada dos shows da Broadway e da temporada das compras natalinas.

Sem o movimento turístico normal, outras áreas que sofreram perdas maciças e desemprego em massa foram a das artes performáticas e da hospitalidade, com centenas de restaurantes fechados permanentemente e uma taxa de desemprego municipal ainda de 10,2%, em comparação com a nacional, que é de 4,8.

Por outro lado, o influxo de turistas estrangeiros pode agravar os problemas que essas empresas vêm enfrentando, com falta de funcionários e atrasos globais na cadeia de fornecimento.

O hotel está pronto para receber um pico de visitantes, apesar dos tropeços que levaram o Moxy a trocar de fornecedor de xampu e encarar uma escassez temporária de roupas de cama, toalhas e peças para o ar-condicionado. Além disso, como muitos no setor da hospitalidade, enfrenta dificuldade para preencher as vagas, o que significa que os funcionários podem ter de trabalhar mais na temporada natalina.

Hotéis e restaurantes já veem um aumento no movimento graças à reabertura da Broadway, desativada desde março de 2020. A Broadway League, associação comercial cujos membros incluem donos de teatros e produtores, não divulgou o volume de vendas semanais ou os dados de público desde então, mas Charlotte St. Martin, presidente do grupo, afirma que 77 apresentações em setembro lotaram ou ficaram perto do limite. Para dar uma ideia, a temporada 2018-2019 bateu um recorde: foram 2,8 milhões de espectadores estrangeiros, representando 19 por cento do público total daquele período.

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