Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Novo “Karatê Kid” aposta na nostalgia para agradar aos antigos fãs

A franquia Karatê Kid vive uma perpétua dança à beira do abismo. Entre apostas nos cinemas e na TV, a saga iniciada em 1984 já experimentou tanto o gosto amargo da derrota quanto o sabor doce de ressurreições inesperadas.

Quem testemunhou o tropeço do filme com Hilary Swank jamais imaginaria a reviravolta, 16 anos depois, proporcionada pelo remake com Jackie Chan; ou apostaria suas fichas no fenômeno cultural que se tornaria Cobra Kai. Agora, a Sony Pictures faz uma aposta segura com Karatê Kid:

Lendas, que acaba de estrear. O estúdio reúne todos os ingredientes que provaram seu valor anteriormente: elementos nostálgicos, kung fu visceral e uma narrativa despretensiosa e eficaz. A trama gira em torno de Li Fong (Ben Wang), jovem que se vê obrigado pela mãe a abandonar a China rumo à agitação de Nova York.

Nessa jornada, marcada pela relutância do protagonista em retomar seu treinamento em artes marciais, desenrolase uma sequência de eventos familiares: encontra o amor na figura da filha de um pizzaiolo, depara-se com um rival na Big Apple e se envolve em um torneio de artes marciais.

O roteiro de Rob Lieber, sem pudor, não se arrisca em terreno inexplorado e aposta nas mesmas cartas que já provaram seu valor. Tanto a narrativa quanto os elementos nostálgicos funcionam bem. Aficionados de longa data gostarão de reencontrar personagens queridos. Chan, por exemplo, retoma seu posto de “novo Miyagi”; Ralph Macchio, o eterno Daniel San, proporciona uma nostalgia reconfortante, como um abraço caloroso nos fãs mais fiéis.

Os momentos mais luminosos do longa residem nas cenas de romance entre o protagonista e a filha do dono da pizzaria local (Sadie Stanley). É quase impossível conter o sorriso ao observar Li Fong em seus esforços desajeitados para se desculpar após um deslize trivial, sua confusão diante dos próprios sentimentos e o jeito desengonçado como o romance floresce. Tudo ali tem algo de genuíno e sincero.

Isso porque o diretor Jonathan Entwistle demonstra notável aptidão para retratar histórias juvenis e sabe como transportar a experiência adolescente para a tela, com suas angústias e seus conflitos e anseios.

A fragilidade está na sua inexperiência em cenas de combate – elemento tão vital para Karatê Kid. Aqui, o filme tropeça. E essa deficiência corrói a estrutura do filme. Há alma, mas falta corpo. E saímos da sessão com uma pergunta em mente: será que não é o momento de permitir que Karatê Kid descanse e que o público se contente com as boas memórias que já possui?

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