Quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Novo medicamento para o tratamento da insônia deve chegar em breve às farmácias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em abril deste ano, um novo remédio para o tratamento da insônia. Chamado de lemborexante, ele foi registrado com nome comercial Dayvigo e a expectativa dos médicos é de que chegue às farmácias nos próximos meses.

O novo medicamento e a eszopiclona, droga aprovada pela Anvisa em 2019, foram considerados os remédios mais eficazes para o tratamento do distúrbio em adultos em uma metanálise conduzida por pesquisadores de Oxford e publicada na revista The Lancet em 2022. O estudo avaliou pesquisas sobre 36 medicamentos contra insônia. Juntos, os testes totalizavam 44 mil pessoas.

Luciana Palombini, médica do sono e integrante da Academia Brasileira do Sono (ABS), explica que o lemborexante integra uma nova classe de medicamentos, os antagonistas da hipocretina ou orexina, neurotransmissor envolvido na vigília e na regulação do estado de alerta. No organismo, funciona como um bloqueador, diminuindo a ação da hipocretina.

Segundo ela, estudos iniciais sugerem que o medicamento tem menor risco de causar dependência, ao contrário das “drogas Z”, como o zolpidem e a zopiclona, que estão entre as mais consumidas no Brasil contra a insônia. Elas agem no Gaba-A, tipo de receptor para o neurotransmissor Gaba, principal inibidor do sistema nervoso central. Elas foram desenvolvidas para uso por curtos períodos e em baixa dosagem, mas algumas pessoas passaram a tomar essas medicações de forma recreativa. “As drogas Z também atuam em receptores que ajudam a melhorar o bem-estar e o sentimento de estresse e, por conta disso, muitas pessoas estavam usando essas medicações ao longo do dia.”

Contraindicações

A bula informa que a dose recomendada é de 5 mg, administrada só uma vez por noite, alguns minutos antes de ir para a cama. A ingestão deve ocorrer pelo menos 7 horas antes do horário previsto para despertar e, a depender da resposta clínica e da tolerabilidade, a dose pode ser aumentada para até 10 mg.

As principais reações adversas associadas ao uso, com incidência acima de 2% nos ensaios clínicos, são sonolência e fadiga. A paralisia do sono também foi identificada, mas com menor incidência. O remédio é contraindicado a pacientes com narcolepsia, distúrbio do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia, mesmo quando se dormiu bem à noite. Ele também não é recomendado para pacientes com insuficiência hepática grave, crianças e adolescentes.

Apesar de ter sido aprovado pela Anvisa, o lamborexante precisa ter o valor máximo de venda aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que não ocorreu até agora.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Diferentemente de 2024, Brasil e aliados deixam Estados Unidos de fora de evento sobre democracia em Nova York
Tomar esse remédio comum após infarto reduz o risco de um novo ataque cardíaco, diz estudo brasileiro
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play