Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Novo primeiro-ministro da Tailândia foi peça-chave na legalização da maconha, a primeira na Ásia

Figura decisiva na legalização da maconha na Tailândia em 2022, Anutin Charnvirakul foi o escolhido pelo Parlamento para se tornar o novo primeiro-ministro do país, no último dia 5.

Sua ascensão ao cargo coroa um ciclo de expectativa de que ele chegasse à liderança do país, uma possibilidade apontada por especialistas em duas eleições, de 2019 e 2023, e após exercer cargos de ministro e abandonar a presidência da empresa de sua família, uma das maiores companhia de construção do país.

Veterano na política tailandesa e líder do partido Bhumjaithai, o novo premiê atuou como vice-primeiro-ministro até junho, quando foi vazado um telefonema da então primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra com o presidente do Senado do Camboja Hun Sen.

Na conversa, a ex-premiê o chama de “tio” em tom de submissão e critica um militar do alto comandante militar tailandês. O vazamento fez com que o partido de Anutin saísse da coalizão governista e entrasse na oposição.

Algumas semanas depois após a revelação da chamada, um combate relacionado a fronteiras da Tailândia com o Camboja eclodiu, criando temores de que uma nova guerra poderia estar se iniciando.

A sucessão de eventos fez com que a Corte Constitucional do país destituísse Paetongtarn, abrindo caminho para o fim de uma das mais bem-sucedidas dinastias políticas do país.

Antes de atuar no gabinete da ex-primeira-ministra, Anutin foi ministro da Saúde em um dos momentos mais críticos da saúde pública mundial, a pandemia da covid-19.

Sua marca principal como chefe da pasta, porém, foi como o cérebro por trás da legalização da maconha no país, fazendo com que a Tailândia, em 2022, se tornasse a primeira nação asiática a legalizar o cultivo da planta e seu consumo em bebidas e alimentos, embora o fumo em público ainda pudesse violar leis.

A campanha de liberação liderada por ele focava no turismo e no aquecimento da economia, com o possível crescimento do número de estrangeiros visitando o território, e na criação de uma nova colheita comercial entre agricultores locais.

Na época, Anutin e seu partido foram duramente criticados pelo que a oposição chamou de apressada e mal regulamentada legalização da maconha.

Desde a descriminalização, a liberação da planta sofreu reveses. Neste ano, houve movimentos do próprio governo para voltar a criminalizar a cannabis, mesmo diante de uma indústria que foi avaliada em um valor de cerca de US$ 1,2 bilhão.

O movimento ocorreu logo após o partido de Anutin, sigla que ao lado do novo primeiro-ministro levou à frente a pauta em 2022, saiu da coalizão do governo. O principal motivo para a possível reversão estava no uso recreacional excessivo e nos supostos riscos para jovens.

A forma como a legislação foi reconstruída pelas novas lideranças do ministério da Saúde direciona ao uso medicinal, exigindo prescrição médica. Agora, com Anutin à frente do governo, o futuro da regulamentação se tornou incerto, e é esperado que indústrias do setor tentem reconquistar o status anterior da lei navegando dentro do novo governo.

O novo premiê da Tailândia começou sua carreira na construtora de seu pai, Sino-Thai, na década de 1990, e lá foi presidente até se afastar para entrar na política e se tornar vice-ministro de Saúde no governo do magnata e ex-premiê Thaksin Shinawatra, pai de Paetongtarn.

Depois, serviu em duas administrações como ministro do Interior, garantindo que seu partido permanecesse no governo e ganhasse influência ao longo dos anos. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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