Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de março de 2022
Dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) mostram que, em janeiro e fevereiro de 2022, o número geral de acidentes aumentou 11% em Porto Alegre, passando de de 1576 ocorrências para 1754. O número de feridos, com aumento de 5%, passou de 726 para 762 registros. O número de feridos em atropelamentos reduziu 5%, de 85 para 81, e o número de feridos em acidentes envolvendo ônibus reduziu 16%, de 25 para 21. Os dados foram divulgados pela prefeitura na tarde desta quarta-feira (16).
Conforme o órgão, oito pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, duas a menos que no mesmo período do ano passado. Destas vítimas fatais, duas eram pedestres, duas eram condutoras de automóvel e quatro condutoras de motocicleta.
Em relação ao total de acidentes, os que envolvem motocicletas representam 30% das ocorrências de acidentes e 65% dos acidentes com feridos (dos 635 acidentes com feridos, 412 envolviam motocicletas).
Ciclistas
O número de feridos em acidentes com bicicletas (não necessariamente apenas o ciclista) aumentou 67%, de 33 para 55 casos no primeiro bimestre deste ano em relação ao ano anterior. O número de acidentes com bicicletas também aumentou 61%, passou de 31 ocorrências em janeiro e fevereiro de 2021 para 50 no mesmo período deste ano.
Mesmo com índice de isolamento social maior no ano passado, quando a circulação de pessoas estava mais restrita em razão da pandemia, gradativamente, percebe-se que o número de acidentes envolvendo bicicletas vem aumentando. Isso porque o número de usuários de bicicletas também aumentou. Se utilizar como comparativo as bicicletas de aluguel de Porto Alegre, o aumento no número de viagens foi 26 mil viagens no mesmo período, o que representa 18% do total dos usos.
Pela comparação dos registros entre primeiro bimestre do ano passado e deste ano, os acidentes com bicicletas que mais aumentaram foram os de ciclistas sem o envolvimento de carros: bike x carro 2021-2022 aumento de 29%, bike x pedestre no mesmo período 200% e queda de bike também 200%. “Reforçamos em diversas ações periódicas a importância de, no trânsito, o maior sempre cuidar do menor (carro – bicicleta – pedestre) pelo risco de lesões graves. No entanto, precisamos da colaboração do ciclista no sentido de andar com cautela, respeitar as regras de circulação para evitar acidentes graves”, destaca o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires.
Segundo a EPTC, de 2019 para 2021, foram implantados mais de 16 quilômetros de ciclovias em Porto Alegre. O órgão geolocalizou neste mapa os locais em que pessoas ficaram feridas em acidentes com bicicleta.
Considerando uma abrangência de até 10 metros da malha cicloviária, em 2021 foram registradas na malha viária cinco vítimas em acidentes de um total de 26 vítimas, o que corresponde a 19,23% do total dos registros. Ou seja, o percentual de vítimas em locais não contemplados com ciclovias é de, aproximadamente, 81%. Há uma manutenção na proporção de acidentes em ciclovias nos últimos dois anos. Embora o número de vítimas ciclistas tenha aumentado de 2021 para 2022 em mais de 90%, o número de vítimas em locais contemplados por ciclovia se manteve em relação ao expressivo aumento no número de usuários, o que demonstra a segurança da estrutura dedicada ao modal.
Outro dado relevante diz respeito ao número de mortes de ciclistas no primeiro semestre. Nos últimos cinco anos, somente em janeiro de 2020 foi registrado acidente de trânsito com morte de ciclista. Nos demais anos, nesses dois meses iniciais, não foram registradas mortes no trânsito envolvendo ciclistas, apesar do expressivo aumento no número de usuários do modal na cidade.