Segunda-feira, 11 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de agosto de 2025
A declaração do primeiro-ministro de Israel, Benjaminn Netanyahu, de expandir as operações militares em Gaza provocou reações imediatas de líderes estrangeiros. O Reino Unido, a Dinamarca, a França, a Grécia e a Eslovênia emitiram uma declaração conjunta condenando a decisão de Israel de expandir as operações em Gaza. Eles pedem que o plano seja revertido antes da reunião de hoje do Conselho de Segurança da ONU.
“Esse plano corre o risco de violar o direito humanitário internacional”, afirmam os países europeus. “E estamos certos de que o Hamas deve se desarmar e não desempenhar nenhum papel futuro na governança de Gaza, onde a Autoridade Palestina deve ter um papel central. Mas essa decisão do governo israelense não fará nada para garantir o retorno dos reféns e corre o risco de colocar ainda mais em risco suas vidas.”
A declaração também pede que Israel suspenda as restrições às entregas de ajuda. Israel tem afirmado que não há restrições à entrada de ajuda em Gaza.
Mais de 100 organizações humanitárias, entre elas Save the Children, Oxfam e Médicos sem Fronteiras, publicaram um comunicado conjunto em que denunciam o que classificam como “fome generalizada” em Gaza.
A ONU declarou em julho que as forças israelenses mataram mais de 1 mil palestinos que tentavam obter ajuda alimentar desde que uma entidade controversa, respaldada pelos Estados Unidos e Israel, a Fundação Humanitária de Gaza, iniciou suas operações no fim de maio, substituindo uma ampla resposta humanitária coordenada pela ONU.
Israel enfrenta uma crescente pressão internacional diante da catastrófica situação humanitária no território palestino. Mais de dois milhões de pessoas enfrentam uma grave escassez de alimentos e outros produtos essenciais para a sobrevivência após 21 meses da atual ofensiva de israelense.
“Terminar o trabalho”
O primeiro-ministro israelense disse à imprensa que Israel não tem “nenhuma escolha” a não ser “terminar o trabalho” e “derrotar” o Hamas. Ele diz que 70-75% de Gaza está sob controle militar israelense, mas afirma que o Hamas tem duas fortalezas restantes. Um deles é a Cidade de Gaza, diz ele, e os “campos centrais” são o outro.
Na sexta-feira (8), o gabinete de segurança israelense instruiu as Forças de Defesa de Israel (IDF) a “desmantelar” essas duas fortalezas. Ele diz que essa é a “melhor maneira” de acabar com a guerra. E acrescentou que Israel permitirá que os civis se dirijam a zonas seguras designadas, onde terão “ampla” alimentação, segurança e assistência médica. Questionado sobre o cronograma da nova ofensiva, Netanyahu disse que as operações serão realizadas “com bastante rapidez”.
Críticas internas
As famílias dos reféns mantidos em Gaza criticaram o plano do governo de expandir sua ofensiva e milhares de manifestantes foram às ruas de Tel Aviv na noite de sábado para protestar contra o plano de Benjamin Netanyahu de intensificar a guerra em Gaza.
A manifestação na capital israelense reuniu mais de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. Os participantes exigiram o fim imediato da campanha militar e a libertação dos reféns. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos israelenses defende o encerramento imediato da guerra para garantir a libertação dos 50 reféns ainda mantidos por militantes em Gaza. Autoridades israelenses acreditam que cerca de 20 deles ainda estejam vivos. As informações são da BBC Brasil e O Globo