Quinta-feira, 07 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de agosto de 2025
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a ameaçar os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com sanções do governo dos Estados Unidos, se não atenderem às reivindicações dos parlamentares de oposição.
Dentre as demandas, estão o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a anistia aos condenados e acusados de envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado.
“Uma vez que não é pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado, uma vez que o presidente da Câmara não pauta uma anistia, eles estão entrando no radar das autoridades americanas. As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas. Todos eles estão no radar”, afirmou Eduardo Bolsonaro em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (6/8).
O filho de Jair Bolsonaro ressaltou, na mesma entrevista, trabalhar para que os EUA aumentem as sanções sobre o Brasil após Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente. Ele disse ainda que só deixará o país comandado por Donald Trump se conseguir o impeachment de Alexandre de Moraes e que não vai renunciar ao seu mandato, mesmo sem nenhum plano de voltar ao Brasil.
Na primeira entrevista após seu pai ter a prisão domiciliar decretada, Eduardo Bolsonaro reforçou que o tarifaço de Trump contra produtos brasileiros está relacionado ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo. O ex-presidente é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
Ao falar sobre o tarifaço, que entrou em vigor nesta quarta-feira, o deputado brasileiro elogiou Trump e afirmou que “há um sacrifício a ser feito”. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ter um impacto negativo de R$ 19 bilhões e que as exportações brasileiras podem cair US$ 54 bilhões.
“O presidente Trump colocou que essa era uma questão envolvendo a perseguição a Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores. Ele apontou para uma crise institucional. Para resolver essa crise, a gente tem que dar uma sinalização aos americanos. A melhor maneira, na minha sugestão, é a anistia ampla, geral e irrestrita. Isso colocaria o Brasil numa boa condição na mesa de negociações junto ao governo dos EUA. Não sou eu que levo a mensagem que sou responsável por essas tarifas, mas sim o conjunto da obra feito no Brasil que é liderado pelo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
O deputado afirmou que vai à Casa Branca toda semana para conversar com auxiliares de Trump. Busca mais sanções contra autoridades brasileiras, em especial Alexandre de Moraes. Ao ser questionado se chegou a fazer alguma gestão junto ao governo dos EUA para tentar reverter ou amenizar esse tarifaço, alegou que nada pode fazer para mudar a posição do presidente norte-americano.
“A gente leva um pouco dessa perspectiva econômica, mas não me sinto na posição de desautorizar o Trump. Entendo que ele é muito mais qualificado do que eu para escolher quais armas utilizar nessa briga, até porque tem uma carreira de muito êxito empresarial, é um excelente negociador. Mesmo como político, ele tem tido sucesso em 100% das empreitadas em que exigiu um bom resultado para os Estados Unidos. Dou graças a Deus que ele voltou suas atenções para o Brasil. Acho que tem valido a pena”, afirmou o deputado.
Eduardo Bolsonaro falou ainda que não recebeu reclamação de nenhum empresário brasileirto sobre as tarifas impostas por Trump em função das ações do STF contra o pai dele. Afirmou que, ao contrário, tem recebido elogios, em especial de fazendeiros, que são os mais atingidos pelo tarifaço.