Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

O governo federal lança nesta segunda um plano que prevê quase R$ 900 milhões para o combate a organizações criminosas

O governo federal lança nesta segunda (2) um plano que prevê quase R$ 900 milhões para o combate a organizações criminosas. Nas últimas semanas, a crise na segurança pública da Bahia, onde operações policiais deixaram mais de 60 mortos só em setembro, e vídeos que mostram o domínio das facções no Rio elevaram a pressão sobre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem Flávio Dino (PSB) à frente.

O novo Programa Nacional de Enfrentamento a Organizações Criminosas (Enfoc) terá cinco eixos principais: integração institucional e informacional; eficiência dos órgãos policiais; portos, aeroportos, fronteiras e divisas; eficiência da Justiça Criminal; e cooperação entre União, Estados e municípios e com órgãos estrangeiros. A portaria de criação do programa dará 60 dias para detalhar metas, investimentos e estratégias. O plano é elaborado pela pasta desde março, mas foi acelerado para responder à escalada da crise nos últimos dias.

Na última semana, integrantes do ministério foram à Bahia e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) se encontrou com Dino. O Estado vê, nos últimos anos, avanço da disputa das facções associado à alta da letalidade policial – a PM baiana mata mais do que a fluminense. No mês, foram 68 óbitos, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Rodrigues sucedeu Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil.

Na sexta, o secretário executivo da pasta, Ricardo Cappelli, se reuniu com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Isso, após a divulgação de vídeos pela imprensa de um treinamento de guerrilha de bandidos no Complexo da Maré, zona norte carioca.

A segurança é a área temática do governo federal com pior avaliação entre os eleitores, segundo uma pesquisa do instituto Atlas feita entre 20 e 25 de setembro. Embora o setor seja de competência prioritariamente dos Estados, especialistas defendem também articulação e investimentos por parte da União.

“Um dos problemas é a fragmentação informacional. Cada Estado tem sua informação e não compartilha. Às vezes, dentro do próprio Estado, a Polícia Militar tem uma informação e a Civil, outra. Não conversam”, disse ao Estadão Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública, que lidera o programa.

Especialista

Em post nas redes sociais, o coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, destacou que “não tem nenhum território hoje que possa dizer que está imune à ação de grupos organizados”. “Não é individual de Estados, é um problema nacional, aliás global.”

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