Quinta-feira, 27 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de fevereiro de 2022
O líder russo Vladimir Putin supervisionou neste sábado (19) exercícios nucleares estratégicos envolvendo o lançamento de mísseis balísticos hipersônicos e outras armas — a mais recente demonstração de força em um momento de tensões acirradas com o Ocidente por causa da Ucrânia.
Os exercícios envolveram lançamentos de navios de guerra, submarinos e aviões, e também da terra, que atingiram alvos em terra e mar, disse o Kremlin.
Dois mísseis balísticos foram lançados — um de um local no noroeste da Rússia e o segundo, de um submarino no Mar de Barents —, atingindo alvos a milhares de quilômetros de distância no extremo leste da península de Kamchatka, acrescentou.
O Kremlin afirmou que os exercícios fazem parte de um processo regular de treinamento e negou que sinalizem uma escalada do impasse.
Eles ocorrem após uma série de manobras das forças armadas russas nos últimos quatro meses, que incluíram o deslocamento de tropas — estimadas pelo Ocidente em 150.000 ou mais — ao norte, leste e sul da Ucrânia. A Rússia nega que esteja planejando invadir a Ucrânia.
Em imagens veiculadas pela agência de notícias RIA, o Chefe de Gabinete Geral, Valery Gerasimov, disse a Putin: “O principal propósito do exercício é treinar as ações das forças ofensivas estratégicas com o objetivo de garantir uma derrota do inimigo”.
Navios e submarinos das frotas do Mar do Norte e do Mar Negro lançaram mísseis Kalibr e mísseis hipersônicos Zircon em alvos marítimos e terrestres, disse o Kremlin.
Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniu-se com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em Munique no sábado, durante a Conferência de Segurança na cidade alemã.
Na conversa, Zelensky afirmou que a Ucrânia está em busca de “paz”, após os EUA afirmarem que a Rússia poderia invadir o país nos próximos dias. Em fala breve, Zelensky também disse que a Ucrânia procura apoio específico dos Estados Unidos para seu exército.
Já em pronunciamento na conferência o chefe de Estado pediu mais apoio do Ocidente e reforçou que vai defender o próprio país “com ou sem parceiros”. “Todos devem entender que não estamos pedindo uma doação”, disse.
“Não é apenas um gesto de generosidade, mas isso é uma contribuição de vocês para a segurança da Europa, para qual a Ucrânia tem servido como um escudo por oito anos já”, prosseguiu.
Zelensky observou que o planeta já perdeu “milhões de vidas” com duas guerras mundiais e que é preciso ter “esperança” para não ocorrer um terceiro conflito.
“O mundo já pagou um preço muito alto com duas guerras mundiais e nós não podemos seguir nessa tendência. E não tornar isso uma tendência. Nós precisamos construir um novo sistema, antes que tenhamos milhões de vítimas”, afirmou Zelensky.
O líder ucraniano discursou em meio à escalada de tensões na fronteira entre Ucrânia e Rússia e afirmou que pelo menos 150 mil soldados russos fortemente armados estão na região.
Zelensky pediu paz, em nome da Ucrânia e do mundo, ressaltando que “o mundo está dizendo que não pode haver uma guerra, enquanto a Rússia diz que também não quer intervir”. Para ele, “alguém está mentindo”.
O presidente também convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em vista da escalada militar em torno da Ucrânia e acrescentou que é necessário um roteiro para uma “possível integração da Ucrânia na aliança” da Organização do Tratado do Atlântico do Norte (Otan).
“Nas próximas semanas é necessário buscar novas garantias de segurança para a Ucrânia com os países do Conselho de Segurança e com a participação da Europa, Alemanha e Turquia “, concluiu.