Quarta-feira, 30 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de julho de 2025
Aos 53 anos, Baleia Rossi exerce o terceiro mandato de deputado federal pelo MDB de São Paulo. Ele é presidente nacional do seu partido desde 2019, quando foi eleito em convenção nacional. Passou por duas reconduções até ser novamente eleito em convenção nacional, em outubro de 2023. No último dia 16 de julho, foi reconduzido para o cargo até maio de 2027. Portanto, ele liderará nacionalmente o partido durante o próximo período eleitoral . Baleia Rossi respondeu a algumas questões colocadas pela coluna sobre a política nacional, envolvendo a sucessão presidencial, e o processo eleitoral como um todo em 2026.
O MDB tem colaborado com a governabilidade junto ao governo federal. Porém, temos um processo eleitoral em 2026 que será decisivo para o futuro do País e do partido. Nessa perspectiva:
“Assim como o PP, Republicanos, União Brasil e PSD, o MDB tem colaborado com a governabilidade em nível federal. Esse foi o compromisso que fizemos. É preciso ressaltar que tivemos candidata a presidente em 2022, e liberamos o partido no segundo turno. Nosso compromisso foi, portanto, estritamente em favor da estabilidade e governabilidade. Agora é outra questão. Temos um processo eleitoral em 2026 que será decisivo para o futuro do País e do partido. Nosso posicionamento terá como principal foco a defesa das nossas plataformas e programas por meio de nossas lideranças. Nos últimos anos, conseguimos emplacar duas emendas constitucionais super importantes, a PEC 45 da Reforma Tributária, de minha autoria, e a PEC 66 dos municípios, de autoria do senador Jader Barbalho e relatada por mim. Ambas têm o DNA do MDB, como foco no fortalecimento das cidades e da maior distribuição de renda com compromisso fiscal.”
Qual a expectativa do partido em relação à conquista de governos dos estados e bancadas no Senado e Câmara dos Deputados?
“Temos excelentes nomes em todo o País. A estratégia é em cada em Estado. No Rio Grande do Sul, estamos firmes com a candidatura do Gabriel Souza, que tem unificado a base do atual governo. No Espírito Santo, vamos lançar Ricardo Ferraço, atual vice. No Pará, temos a Hana, também atual vice. Em Goiás, Daniel Vilela também é um vice que vai assumir e vai ter um palanque muito forte, com muito aliados. No Rio Grande do Norte, Walter Alves também vai se tornar titular do cargo em abril. Em Alagoas, o ministro Renan Filho é favorito. No Rio, Washington Reis é nosso pré-candidato. Em São Paulo, há a chance de o Ricardo Nunes concorrer caso Tarcísio vá para presidente. Para o Senado, devemos ter, no mínimo, 15 nomes na disputa. Os mais fortes são Helder e Ibaneis, atuais governadores. A maioria dos nossos senadores disputará a reeleição, com é o caso do nosso líder Eduardo Braga e outros nomes como Veneziano (PB), Fernando Dueire (PE), Alessandro Vieira (SE), Renan Calheiros (AL) e Marcelo Castro (PI).”
O MDB terá candidatura própria à presidência a República em 2026 ou existe a possibilidade de repetir alianças com o PT, indicando candidato (a) a vice, tal como ocorreu em relação a Michel Temer em processos anteriores?
“O MDB é plural, e este é um debate que vamos fazer. Em São Paulo, somos aliados do governador Tarcísio de Freitas. Na região Sul, nossa relação é ótima com os governadores Ratinho e Eduardo Leite, pré-candidatos do PSD, e também como o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, que devemos apoiar para a reeleição. Já no Nordeste, há setores mais ligados aos nomes do atual governo. O cenário, porém, é similar ao de 2022, com muita polarização. Por isso, como somos um partido de centro, talvez o ideal seja ter um nome próprio. Mas isso será discutido coletivamente no fim do ano. Antes disso, vamos definir um projeto de País, cujas discussões têm sido realizadas no programa O Brasil Precisa Pensar o Brasil, por meio da Fundação Ulysses Guimarães, presidida pelo deputado Alceu Moreira. Importante ressaltar que esse projeto é coordenado pelo experiente Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Também lideram esse projeto o José Fogaça, ex-senador, e o presidente do MDB-PE, Raul Henry.”
A direção nacional poderá interferir na formulação de alianças nos estados, quando entender que estas não seriam coerentes com a missão do partido?
“O MDB respeita os diretórios estaduais. Esta é uma tradição que respeitamos. Só entramos nas discussões se provocados.”