Segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de setembro de 2025
O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que o presidente Lula não falou com ele sobre sua eventual saída da pasta, que aliados próximos do presidente reservadamente dão como certa. Macêdo disse que está sob “cerco político” desde o início do governo, mas que vê com naturalidade a “disputa política” em torno de seu cargo.
A declaração foi dada a jornalistas após a cerimônia de posse do Conselho Federal de Participação Social da Bacia do Rio Doce e Litoral Norte Capixaba (CFPS Rio Doce), realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, em um evento que reuniu integrantes do governo.
— Esse é um cerco político desde o início, né? Eu já posso pedir música no Fantástico três vezes porque já são nove vezes que dizem que eu vou sair. Eu tenho isso muito bem resolvido na minha cabeça. O cargo é do presidente da República, o povo lhe outorgou o direito de nomear e de tirar ministro, fazer mudança a hora que ele quiser. Nunca teve discussão sobre isso. O presidente nunca tratou comigo sobre saída do ministério — disse Macêdo.
O ministro afirmou que não tem mágoas em relação a vazamentos sobre sua eventual substituição pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
— (O rumor sobre a saída) É da disputa política, faz parte. Eu encaro isso com naturalidade. Eu não faço, mas compreendo que é da natureza da política. Não tem nenhuma mágoa, não tem nenhum sentimento ruim. Estou muito feliz de estar fazendo o que eu estou fazendo (no ministério) e vou continuar servindo o meu país, o projeto liderado pelo presidente Lula — disse.
Macêdo ressaltou que “não tem projeto pessoal” e que os rumores são “fofoca política”.
— Eu era deputado federal na eleição anterior e não fui pra reeleição para poder ajudar a coordenar a campanha do presidente Lula, meu projeto eleitoral é a reeleição do presidente Lula. O que vai ser, se eu vou disputar a eleição, se eu não vou disputar eleição, ele é quem vai definir — disse.
Além do presidente e de Macêdo, estavam presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Saúde), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Jorge Messias (AGU) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos).
Em sua fala, Macêdo enalteceu o papel de Lula durante a conferência da ONU, realizada em Nova York nesta semana. O ministro vem sendo fritado no governo e pode ser demitido nos próximos dias.
— Lula trouxe o recado da paz para Nova York (…) Dias como esse valem a pena estar na gestão pública porque entregamos os resultados que propomos nas urnas — resumiu o ministro.
A solenidade desta sexta-feira marca o anúncio de um pacote de R$ 1,6 bilhão em investimentos destinados à construção de 104 novos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em 48 municípios diretamente contemplados pelo Novo Acordo do Rio Doce.
Segundo o Planalto, os recursos deverão ser aplicados de acordo com planos de ação desenhados em conjunto com prefeituras locais, num modelo que pretende ampliar a participação social e garantir que a reparação avance de forma descentralizada.
A criação do novo conselho, empossado nesta sexta, decorre do acordo de repactuação firmado para reparar os danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, operada pela Samarco Mineração, em novembro de 2015, no município de Mariana (MG).
Composto por representantes da União, dos governos estaduais, de municípios e da sociedade civil, o colegiado terá caráter permanente e será a instância central de controle social das obrigações assumidas pelo governo federal no âmbito do pacto. Com informações do portal O Globo.