Quarta-feira, 23 de julho de 2025

O partido de Bolsonaro escolheu os bolsonaristas “mais inflamados” para a tropa de choque que será a “voz” do ex-presidente após as medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo

O PL escolheu os bolsonaristas “mais inflamados” para compor a tropa de choque que será a “voz” do ex-presidente Jair Bolsonaro, após as medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se pronunciar por meio das redes sociais.

Em reunião realizada na segunda-feira (21), na Câmara dos Deputados, o partido definiu a criação de três comissões internas que terão como função centralizar a defesa pública de Bolsonaro e manter sua presença política ativa, mesmo com as limitações impostas pela Justiça.

O anúncio foi feito pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que afirmou que a ideia é garantir que o ex-presidente continue tendo representação vocal no Parlamento e nas ruas. Cada uma das três comissões será comandada por parlamentares alinhados a Bolsonaro e com histórico de declarações polêmicas.

A primeira, encarregada da comunicação da oposição, ficará sob responsabilidade do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). A segunda, que fará a articulação política interna entre Câmara e Senado, será comandada pelo deputado Cabo Gilberto (PL-PB). Já a terceira, com foco na mobilização social e no engajamento da militância em todo o País, terá no comando os deputados Zé Trovão (PL-SC) e Rodolfo Nogueira (PL-MS).

A escolha dos nomes não foi casual. Segundo integrantes do PL, a intenção é dar voz aos aliados mais combativos, capazes de repercutir as pautas bolsonaristas com intensidade e mobilizar as bases em defesa do ex-presidente.

“Zé Trovão”, como admitiu o próprio Sóstenes, foi selecionado por sua interlocução com os caminhoneiros, grupo que teve papel de destaque nas manifestações e paralisações ocorridas após a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições de 2022. O deputado teve a prisão decretada em junho de 2024 por dívida de pensão alimentícia e já foi acusado de agressão por uma ex-noiva.

Rodolfo Nogueira, por sua vez, tem forte ligação com o agronegócio, setor majoritariamente alinhado ao bolsonarismo. Ele ocupa atualmente a presidência da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.

Já Gustavo Gayer responde a acusações de injúria e difamação contra a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, após afirmar nas redes sociais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria “oferecendo” a petista aos líderes do Congresso “como uma garota de programa”.

Cabo Gilberto também é nome conhecido entre os bolsonaristas. Ele foi autor de uma proposta aprovada neste mês em comissão da Câmara que deixa de punir policiais que se recusarem a cumprir ordens consideradas ilegais.
(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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