Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de julho de 2025
Após parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), o Ministério da Saúde anunciou que vai oferecer o implante contraceptivo Implanon no SUS. Segundo a pasta, o dispositivo tem vantagens como a longa duração, de três anos e a alta eficácia.
“Agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e orientar as Unidades Básicas de Saúde de todo o Brasil para já no segundo semestre desse ano começar a utilizar no SUS”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A expectativa do ministério é, até 2026, distribuir 1,8 milhão de implantes, 500 mil apenas neste ano. O produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, e o investimento do governo será de aproximadamente R$ 245 milhões.
Para a secretária de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Ana Luiza Caldas, a oferta representa “um avanço nas ações de fortalecimento do planejamento sexual e reprodutivo no país”.
* Como o Implanon funciona?
O Implanon, da empresa Organon, é o único implante hormonal com registro sanitário na Anvisa, indicado para prevenir a gravidez indesejada. É um pequeno bastão de plástico semirrígido que contém 68 mg de etonogestrel. Ele deve ser colocado diretamente sob a pele exclusivamente por um médico ou enfermeiro especializado na técnica.
O etonogestrel, um hormônio feminino, passa a ser liberado de forma contínua do implante para a corrente sanguínea. A quantidade no implante é suficiente para a liberação durante um período de até três anos. Ao longo desse tempo a ação do hormônio impede a liberação do óvulo e altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.
A eficácia do Implanon é alta, comparável à da pílula. De acordo com o Ministério da Saúde, após os três anos o implante deve ser retirado e, se houver interesse, um novo poderá ser inserido imediatamente pelo próprio SUS. A fertilidade também retorna rapidamente após a remoção caso a mulher decida engravidar.
O ministério destaca que hoje, entre os métodos disponíveis no SUS, apenas o DIU de cobre tem ação de longa duração. No entanto, métodos do tipo são considerados “mais eficazes no planejamento reprodutivo por não dependerem do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com os anticoncepcionais orais ou injetáveis”, diz a pasta, reforçando que são reversíveis e seguros.
Além do DIU e, em breve, do Implanon, o SUS disponibiliza preservativos externo e interno; anticoncepcional oral combinado; pílula oral de progestagênio; injetáveis hormonais mensal e trimestral; laqueadura tubária bilateral e vasectomia. Apenas os preservativos oferecem proteção também contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
* Quando o Implanon vai chegar no SUS?
O Ministério da Saúde disse que deve publicar, nos próximos dias, a portaria que oficializa a incorporação do Implanon no SUS. A partir daí, as áreas técnicas terão 180 dias, ou seja, cerca de seis meses, para efetivar a oferta.
O prazo é devido à necessidade de medidas como atualização de diretrizes clínicas, aquisição do insumo, capacitação dos profissionais, entre outros.
No entanto, como disse o ministro, Alexandre Padilha, a expectativa é de que ainda no segundo semestre de 2025 o implante comece a ser disponibilizado na rede pública do País. (Com informações do jornal O Globo)