Quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de outubro de 2025
Especialmente construído durante a enchente de maio do ano passado para viabilizar a entrada de ajuda humanitária pelo Centro Histórico de Porto Alegre, o corredor humanitário tem suas obras de revitalização 90% concluídas, após três meses de trabalho. A estrutura – que liga a avenida Castello Branco à Elevada da Conceição – já conta com novo asfaltamento nas duas pistas.
Os serviços são realizados pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi). A execução é da empresa Sultepa, a um custo de R$ 1,4 milhão.
Nas próximas duas semanas, a pasta providenciará os itens que ainda faltam: nova sinalização de trânsito e finalização das calçadas na rede pluvial e também na intersecção com a avenida Júlio de Castilhos.
Também será realizado plantio de grama no talude (estrutura lateral de contenção). Barreiras do tipo “New Jersey” já estão instaladas ao longo de todo segmento, com o objetivo de indicar o fluxo de veículos e proteger a via, além de impedir a travessia irregular de pedestres.
“O corredor humanitário é um marco na história de Porto Alegre”, destaca o titular da Smoi, André Flores. “Vamos encerrar o ano com mais uma obra de melhoria na mobilidade e na segurança entregue à população. Os trechos seguem sinalizados e com bloqueios parciais em determinados momentos do dia.”
Histórico
No dia 8 de maio de 2024, quando a cidade já sofria com o que logo se tornaria a maior enchente de sua histíria, uma outra crise se evidenciava: o desabastecimento de suprimentos e de serviços essenciais. Nesse dia, a prefeitura decidiu construir o corredor humanitário.
Um grande aterro foi construído em pouco mais de 24 horas. Entretanto, caminhões de grande porte ainda não conseguiam chegar a Porto Alegre pois a altura da passarela da Estação Rodoviária se mostrou incompatível.
Na manhã da sexta-feira seguinte (10 de maio), a passarela na rua da Conceição foi demolida para permitir a entrada de todos os tipos de veículos. À época, mais de 100 profissionais e 65 máquinas foram mobilizadas na retirada do entulho resultante.
Desde então foi possível agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, limpeza urbana, água, alimentos e equipamentos de emergência. O secretário André Flores sublinha:
“O corredor humanitário foi a primeira grande obra de reconstrução da cidade ainda durante a enchente. Foi um grande trabalho de mobilização de muitas pessoas. Aquela solução provisória agora será permanente. A reconstrução vai qualificar a mobilidade e a segurança de todos”.
Outros dois corredores humanitários foram construídos na cidade. Uma ficava na avenida Assis Brasil, entre a Freeway e a sede da Federeação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), bairro Sarandi. Já a outra estava localizada na porção final do largo da Estação Rodoviária, para permitir a saída da Capital pela avenida Castelo Branco.
(Marcello Campos)