Onde comer? Veja dicas de como escolher bons restaurantes durante a viagem

Quando se trata de viajar, cada um tem prioridades diferentes: alguns só querem relaxar. Outros preferem passar algumas horas em um museu ou encher a mala nas lojas. Já certas pessoas se importam, principalmente, com a comida. Com a boa comida.

Dentre tantas opções, decidir onde jantar pode parecer a tarefa mais difícil: existe apenas um Museu do Prado, mas há inúmeros bares de tapas por toda Madri. O primeiro passo é respirar fundo — é impossível visitar todos os restaurantes, cafés ou bares incríveis que uma cidade tem a oferecer em doze visitas, quanto mais em uma só.

Em vez disso, concentre-se no que é importante para você. A escritora gastronômica e criadora de receitas Carla Lalli Music certa vez planejou férias inteiras em busca dos melhores croissants. Anthony Bourdain ia direto ao mercado central de uma cidade desconhecida, considerando-o o melhor lugar para “ter uma ideia do que uma cultura mais valoriza” — e, sem dúvida, conquistando a simpatia de algum vendedor e reunindo algumas recomendações valiosas.

Dicas locais

Embora seja fácil julgar um restaurante precipitadamente com base em avaliações do Google ou do TripAdvisor, os moradores locais conhecem melhor a cena gastronômica — especialmente os lugares favoritos onde o serviço é ótimo, as bebidas são geladas e é fácil conseguir uma mesa.

Regan Stephens, escritora residente na Filadélfia e cofundadora do site Saltete — especializado em guias de viagem —, pesquisa especialistas locais antes mesmo de chegar ao aeroporto. Ela recomenda críticos gastronômicos, autores de livros de culinária ou guias de passeios gastronômicos.

Pesquise, sempre

Para Lyndsay C. Green, crítica gastronômica do jornal The Detroit Free Press, procurar restaurantes durante suas viagens é “sua primeira prioridade em qualquer lugar que vá”.

Ela guarda recomendações o ano todo, usando a função de favoritos do Instagram para salvar publicações em pastas organizadas por cidade. “Eu só tento descobrir para onde as pessoas reais estão indo”, afirma.

Por exemplo, Green visita Nova York algumas vezes por ano, então mantém uma lista atualizada de lugares para visitar, a fim de consultá-la sempre que estiver na cidade. Uma ou duas semanas antes de chegar, Green revisa sua lista, faz reservas e cria uma lista ou um mapa do Google com os lugares mais casuais que deseja visitar e que não exigem reserva.

Armadilhas para turistas

Nem todos os restaurantes turísticos são ruins: muitos nova-iorquinos ainda recomendam com entusiasmo a Katz’s Deli, que existe há mais de um século, mesmo com a fila de turistas que se estende pelo quarteirão a qualquer hora do dia.

Eric Asimov, colunista de vinhos da seção de gastronomia do The New York Times, é direto. “Pode parecer óbvio, mas restaurantes turísticos são especialmente comuns em áreas turísticas”, diz, bem-humorado. Ele sugere procurar em “bairros menos frequentados por turistas”. Evite as áreas ao redor da Torre Eiffel em Paris; pense no bairro de Montmartre. “E para evitar filas de espera, faça reservas sempre que possível”.

Tour gastronômico

Você não precisa ser um detetive da internet ou um crítico gastronômico influente para aproveitar ao máximo sua experiência culinária. Susmita Baral, editora sênior de viagens da Travel + Leisure, recomenda reservar um tour gastronômico como parte da sua viagem, em um site especializado. Tours guiados com um morador local são uma ótima maneira de aprender em um ambiente informal.

Um tour gastronômico também é uma excelente maneira de aprender frases-chave e a etiqueta local. Em um tour gastronômico recente em Osaka, no Japão, Baral não só experimentou a culinária da cidade, como também aprendeu a se comportar como turista. — Nossa guia nos ensinou como pedir uma cerveja em um bar, a como gritar e dizer ‘com licença’. E a como pedir para duas pessoas em vez de um —, relembra.