Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

ONU alerta para aumento de CO2 na atmosfera em 2024

A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera registrou um aumento sem precedentes no ano passado, impulsionado por atividades humanas e incêndios florestais. A OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência da ONU (Organização das Nações Unidas), alertou nesta quarta-feira (15) que este é o “maior aumento desde que começaram as medições modernas em 1957” e pediu ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O 21º Boletim anual da OMM sobre os Gases de Efeito Estufa revelou que novos recordes foram alcançados pelos três principais gases: CO2, metano (CH4) e óxido nitroso (N20). A organização apontou as emissões contínuas provenientes de atividades humanas e o aumento dos incêndios florestais como os principais responsáveis por esses picos.

Círculo vicioso climático e impacto nos “sumidouros”

O relatório também destaca a redução da absorção de CO2 pelos “sumidouros”, como os ecossistemas terrestres e os oceanos, o que ameaça criar um “círculo vicioso” climático. O ano passado já foi o mais quente já registrado, superando o recorde anterior (2023).

A secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett, explicou que o aumento da temperatura global compromete a capacidade de absorção dos oceanos: “À medida que aumenta a temperatura mundial, os oceanos absorvem menos CO2, porque quanto maior a temperatura, menor é a solubilidade deste gás”.

A influência de outros fatores, como a possibilidade de secas mais persistentes nos sumidouros terrestres, também contribui para o problema. Barrett enfatizou: “Consequentemente, reduzir as emissões é essencial, não apenas para o nosso clima, mas também para a segurança das economias e o bem-estar das comunidades”.

Dados alarmantes e o desafio da COP30

Os dados da OMM mostram uma escalada alarmante. A concentração média mundial de CO2 aumentou em 3,5 ppm (partes por milhão) de 2023 a 2024, o que representa um aumento de 152% em relação aos níveis pré-industriais (anteriores a 1750). O metano, por sua vez, atingiu 1.942 partes por bilhão (ppb), um aumento de 266% em relação à era pré-industrial.

A divulgação do boletim ocorre às vésperas da COP30, a Conferência da ONU sobre o Clima, que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará. A conferência tem como objetivo revisar a aplicação dos compromissos firmados no Acordo de Paris, que visa manter o aquecimento global “bem abaixo” de 2 ºC e continuar os esforços para limitá-lo a 1,5 ºC.

A cientista da OMM e coordenadora do boletim, Oksana Tarasova, alertou os formuladores de políticas: “É importante compreender que não se trata apenas de estatísticas. Os responsáveis políticos devem estar conscientes de que os sistemas naturais também são afetados e que podem cessar ou reduzir sua atividade. Por outro lado, nossas ações devem ter como objetivo reduzir as emissões o mais rápido possível”, concluiu.

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