Por Redação do Jornal O Sul | 22 de outubro de 2025
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, convocou nesta quarta-feira (22) os países a implementarem sistemas de alerta de desastres para proteger as pessoas contra eventos climáticos extremos, afirmando que nenhuma nação está a salvo dos efeitos do aquecimento global.
Guterres fez os comentários em uma conferência da Organização Meteorológica Mundial da ONU, em Genebra, para marcar o 75º aniversário da agência. Ele encorajou os países a mobilizarem um financiamento para viabilizar um sistema global de vigilância que possa funcionar como um sistema de alerta precoce.
Guterres afirmou que esses sistemas dão aos agricultores o poder de proteger plantações e rebanhos, permitem que famílias saiam com segurança e protegem comunidades inteiras da devastação.
Ser notificado 24 horas antes de um evento perigoso pode reduzir os danos em até 30%, acrescentou ele. Mais de 60% dos países implementaram sistemas de alerta precoce para múltiplos perigos desde que secretário-geral lançou uma iniciativa em 2022 para que todos os países os implementassem até 2027.
Nas últimas cinco décadas, perigos relacionados ao clima e à água mataram mais de dois milhões de pessoas, com 90% dessas mortes ocorrendo em países em desenvolvimento, informou a OMM (Organização Metereológica Mundial) na segunda-feira (20).
O diretor-geral afirmou que os países em desenvolvimento foram prejudicados no investimento em sistemas de alerta devido à desaceleração do crescimento e ao crescente endividamento.
Ele instou os países reunidos na COP 30 (Conferência do Clima da ONU), no próximo mês, no Brasil, a concordarem com um plano para liberar US$ 1,3 trilhão anualmente em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2035.
Guterres pediu aos países que apresentem novos e ousados planos nacionais de ação climática para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na próxima década e limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius.
