Terça-feira, 07 de outubro de 2025

Operação Lesa Pátria ganha caráter de operação permanente

A Polícia Federal (PF) deflagrou na última quinta-feira (29) mais uma fase da Operação Lesa Pátria. É a 29ª etapa da investigação, que busca identificar todos os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os policiais fizeram buscas em 10 endereços em três Estados – Santa Catarina, Rio de Janeiro e Goiás – e no Distrito Federal.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre os protestos das ações extremistas. A Operação Lesa Pátria se tornou permanente. Novas fases têm sido abertas regularmente. As investigações têm previsão de se estenderem até, pelo menos, janeiro de 2025.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informou a PF, em nota.

A primeira fase da operação, ocorrida no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação nos atos golpistas. Entre eles “Ramiro dos Caminhoneiros”, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio. Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto no dia dos protestos, em 2023.

A terceira fase da operação que teve nesta semana mais um capítulo prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia “pegar o Xandão”. Um sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas nessa mesma etapa.

No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação em torno dos atos do 8 de janeiro e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do Supremo. Danos causados ao patrimônio público — imóveis, móveis e objetos — são estimados em pelo menos R$ 40 milhões.

Anteriormente, a 28ª fase mirou supostos financiadores e fomentadores dos atos em Goiás, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina em meados de junho. Na época, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e 12 de busca pessoal (revista).

A Polícia Federal também não detalhou quais foram os alvos daquela fase da operação, mas informações apontam que, além da invasão aos prédios públicos, também entraram na mira supostos financiadores dos bloqueios em rodovias após a eleição presidencial de 2022.

 

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