Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de abril de 2023
A oposição reativou as críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) após as imagens do dia 8 de janeiro mostrarem a atuação do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, nos atos extremistas.
O argumento é que o ministro Alexandre de Moraes teve acesso à íntegra das imagens e, por isso, sabia da atuação de Dias. Ainda assim, não considerou incluí-lo no grupo de autoridades que foram presas ou afastadas do cargo, a exemplo do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e do ex-secretário Anderson Torres. A tese nasceu de informação prestada pelo próprio Gonçalves Dias. Em ofício enviado ao Partido Novo em 6 de abril, ele disse que não poderia dar acesso às imagens porque elas estavam sendo utilizadas pela investigação e, por isso, sob sigilo.
“Cumpre salientar que as imagens solicitadas são sigilosas (…), uma vez que já estão sendo utilizadas no âmbito de processo investigatório, para elucidação dos eventos do dia 8 de janeiro de 2023, instaurado pelo Supremo Tribunal”, escreveu Gonçalves Dias ao Novo.
A presunção de que o STF tinha a informação e não agiu na mesma proporção com o auxiliar de Lula – destituído na última quarta-feira (19) – virou combustível contra o governo e a Corte. “Os parlamentares da oposição defendem a CPMI porque não confiam na apuração do STF”, disse Sanderson (PL-RS), que preside a Comissão de Segurança Pública da Câmara.
A Procuradoria-Geral da República informa que pediu e tampouco teve acesso às imagens. Moraes não se manifestou. Sanderson defende que a convocação do general para depor na Câmara dos Deputados seja mantida, ainda que ele tenha saído do cargo.
A escolha de Ricardo Capelli, um civil, para assumir interinamente o GSI indica um distanciamento do Planalto de militares. Durante reunião na quarta, Lula e seus auxiliares chegaram a cogitar nomear o general Ricardo José Nigri como interino. Mas prevaleceu a tese de Flávio Dino (Justiça) em defesa da desmilitarização do órgão.
Cappelli é jornalista e secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele foi nomeado interventor da Segurança Pública do Distrito Federal após as invasões de 8 de janeiro.
Foi escolhido pelo ministro Flávio Dino para ser o segundo no comando da pasta da Justiça. Ele foi secretário de comunicação de Dino quando o ministro governou o Maranhão.
Essa não é a primeira participação de Cappelli em uma gestão de Lula. Atuou no Ministério do Esporte, entre 2003 e 2006, como Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social.