Domingo, 28 de dezembro de 2025

Oposição vai tentar convencer o relator da proposta de anistia ampla e irrestrita a mudar de ideia

Após o relator da anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ter afirmado em que uma proposta ampla e irrestrita já havia sido superada na Casa, a oposição vai procurá-lo para tentar convencê-lo do contrário. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam que ainda há espaço para negociar.

Líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que a conversa com o relator pode mudar o rumo da proposta.

“Quando eu conversar com ele vai entender melhor sobre a anistia. Ele assumiu a missão agora, é normal ter alguns erros no início”, disse.

Sóstenes ainda elogiou a escolha de Paulinho para o cargo, tido como um nome moderado, e afirmou que o texto da proposta ainda não foi discutido. O líder bolsonarista projeta que a discussão do mérito da anistia vai tomar de quinze a trinta dias.

Nas redes sociais, Sóstenes afirmou que anistia significa “extinção da punibilidade” e foi nesse entendimento que o Congresso já aprovou leis históricas em outras ocasiões. “Se não fosse competência do Congresso, essas leis jamais teriam existido. Portanto, não venham agora inventar impedimentos só porque o tema incomoda o sistema”, disse. Sóstenes defendeu que o debate avance para o conteúdo da proposta em tramitação, que, em sua visão, deve garantir “justiça e pacificação ao país, sem radicalismo, mas em um diálogo democrático, constitucional e jurídico”.

A ideia de procurar Paulinho da Força e se sentar à mesa com ele também é pleiteada pelo líder da oposição, Zucco (PL-RS), que quer se reunir com o relator na semana que vem. O objetivo é pressionar para que o perdão contemple o maior número possível de envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

Paulinho, no entanto, já avisou que não pretende patrocinar uma anistia total. Em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que esta ideia já foi superada na casa:

“Essa coisa de anistia ampla e irrestrita já foi superada. Nós votamos em um acordo do texto do Crivella, que já não é ampla e irrestrita. E o texto do Crivella é só para inglês ver. Nós vamos construir um outro caminho. Um caminho que possa, talvez, agradar a maioria, né? Talvez não agradar todo mundo. Mas eu vou tentar agradar todo mundo. Então, conseguir fazer aquilo que agrada a maioria. E ainda não dá pra dizer se é redução de pena ou o que que é, porque eu não ouvi ninguém ainda”, afirmou.

O tema ganhou força depois que a Câmara aprovou, na quarta-feira (17), a urgência da anistia, seis dias após o Supremo Tribunal Federal condenar Bolsonaro na trama golpista.

Hoje, o impasse é sobre até onde vai o perdão: bolsonaristas querem anistia total, incluindo condenados e investigados; já partidos de centro e até parte da direita defendem algo mais restrito, como redução de penas ou exclusão dos condenados na trama golpista.

Paulinho deve ouvir bancadas e líderes antes de fechar um texto. Até lá, oposição e governistas vão disputar espaço para influenciar a versão final. O relator, porém, repete nos bastidores que não vai se alinhar de forma automática a nenhum dos lados e que o texto só ganhará forma depois de ouvir todas as bancadas. (Com informações do jornal O Globo)

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