Terça-feira, 14 de outubro de 2025

Opositor russo aliado de Alexei Nalvani é espancado com martelo na Lituânia

Quase um mês após a morte do opositor russo Alexei Navalni, um de seus principais aliados sofreu um ataque violento na terça-feira (12), na Lituânia. Leonid Volkov, considerado o “número 2″ de Nalvani, foi hospitalizado em Vilna, capital do país, onde está exilado há cinco anos, após ser atacado com um martelo.

Volkov, de 43 anos, é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa. Ele era responsável pelos escritórios regionais e pelas campanhas eleitorais de Navalni, que concorreu à prefeitura de Moscou em 2013 e tentou desafiar Vladimir Putin nas eleições presidenciais de 2018.

No ano passado, Volkov e a sua equipe lançaram um projeto chamado “Máquina de Campanha de Navalni”, com o objetivo de falar com o maior número possível de russos, por telefone ou online, e virá-los contra Putin antes das eleições presidenciais de 15 e 17 de março.

O dissidente afirmou que um homem o agrediu “quase 15 vezes” com um objeto contundente e que ele sofreu uma fratura no braço. No Telegram, o opositor celebrou ainda estar “com vida”.

Na rede social X, Kira Yarmysh, porta-voz de Navalni, disse que um agressor quebrou uma janela do carro de Volkov, diante de sua casa, jogou gás lacrimogêneo em seus olhos e começou a bater nele com um martelo.

Notícias “chocantes”

O porta-voz da polícia lituana, Ramunas Matonis, confirmou à AFP que um cidadão russo foi atacado em frente à sua casa em Vilna por volta das 22h, mas acrescentou que não foi possível identificar nenhum suspeito.

O ataque ocorreu quase um mês depois da morte inexplicável de Navalni em uma remota colónia penal do Ártico. O crítico mais feroz do presidente Vladimir Putin estava cumprindo uma pena de prisão de 19 anos sob a acusação de extremismo amplamente visto como de motivação política.

Os aliados de Navalni compartilharam fotos mostrando os ferimentos de Volkov, incluindo um olho roxo e sangue na perna. Mais tarde, publicaram uma imagem do russo sendo levado em uma maca para uma ambulância.

“As notícias sobre a agressão a Leonid são chocantes. As autoridades competentes estão trabalhando. Os autores terão que responder por seu crime”, declarou no X o chanceler da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.

Críticas a Rússia

A Lituânia culpou a Rússia pelo ataque a Volkov. O presidente Gitanas Nauseda disse que o ataque ao aliado de Navalny Leonid Volkov foi claramente pré-planejado e vinculado a outras provocações contra a Lituânia.

“Só posso dizer uma coisa ao [presidente russo Vladimir] Putin: ninguém tem medo de você aqui”, afirmou Nauseda.

A agência de inteligência do Departamento de Segurança do Estado da Lituânia disse que o ataque provavelmente foi realizado para impedir que a oposição russa influencie a eleição presidencial da Rússia.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, chamou o incidente de chocante e disse que os agressores devem “responder por seu crime”. O comissário de polícia da Lituânia, Renatas Pozela, afirmou que a polícia estava dedicando “enormes recursos” para investigar a agressão.

Ele insistiu que o ataque não significava que o país da União Europeia e da Otan, com 2,8 milhões de habitantes, que faz fronteira com Rússia e Belarus e se tornou uma base para figuras da oposição russa e bielorrussa, não era mais seguro.

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