Sábado, 23 de agosto de 2025

Órgãos públicos gastam R$ 3,7 milhões ao ano com salas VIP

As salas VIP exclusivas para servidores de órgãos federais no Aeroporto de Brasília, utilizadas antes de embarques e após desembarques, além de serviços de fast pass e receptivo, representam um gasto anual de pelo menos R$ 3,7 milhões aos cofres públicos.

O fast pass é um benefício que agiliza a inspeção de segurança e o embarque nos aeroportos. Embora também seja oferecido por operadoras de cartão de crédito a alguns clientes, nesse caso é mantido com recursos públicos.

Entre os órgãos que possuem espaços reservados estão o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF). A concessionária Inframerica, que administra o aeroporto, informou que não comenta “contratos comerciais”.

Essas salas são distintas das áreas VIPs acessadas por passageiros de primeira classe, executiva, ou por meio de programas de fidelidade e pagamento avulso.

Calores e estruturas

Senado Federal: sala de 20 m² localizada na área restrita do desembarque doméstico. Inclui serviço de recepção com transporte e acompanhamento de funcionário. O custo anual é de R$ 379.650,92. Segundo a instituição, a utilização é restrita a atividades de serviço e varia conforme a necessidade operacional e avaliação de risco.

Câmara dos Deputados: espaço de 69 m² no segundo andar da área restrita, com quatro colaboradores terceirizados de cerimonial e apoio técnico. O gasto anual é de R$ 278.432,37. De acordo com a Casa, a estrutura é básica, voltada a comunicação e apoio administrativo, sendo acessada por parlamentares e servidores designados para suporte logístico.

Supremo Tribunal Federal (STF): sala de 50 m² próxima ao Terminal 2. O contrato prevê o uso de fast pass para embarque e desembarque e acesso à aeronave em veículo próprio do STF. O custo anual é de R$ 420 mil. O espaço é usado apenas como passagem dos ministros, sem fornecimento de alimentos ou bebidas.

Superior Tribunal de Justiça (STJ): sala de 44 m² no segundo andar da área restrita. Há dois contratos: um referente ao fast pass e transporte de ministros e outro para o aluguel do espaço. O valor anual chega a R$ 818.892,72, somando R$ 540 mil em serviços e R$ 278.892,72 pelo aluguel.

Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty): antes da privatização, mantinha uma sala própria. Hoje, tem contrato para uso de quatro salas do aeroporto — doméstica, express norte, express sul e internacional. O valor anual é de R$ 1.179.520,63, segundo o Portal da Transparência.

Nova sala para o TST

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) terá uma sala VIP construída na área restrita do aeroporto, ao custo de R$ 1,5 milhão. A previsão é de inauguração em agosto. O espaço terá 44 m², e o contrato de aluguel e manutenção soma R$ 422.756,40 por ano.

Além disso, o serviço de receptivo para ministros da corte é contratado separadamente, com custo mínimo de R$ 289,2 mil anuais. O gasto total previsto para o TST será, portanto, de ao menos R$ 711.956,40 por ano.

 

(Com O Globo)

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