Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de outubro de 2025
Outubro é o mês da conscientização sobre o câncer de mama — e não apenas entre humanos. A campanha Outubro Rosa Pet vem ganhando força em clínicas veterinárias e redes sociais, com o objetivo de alertar tutores sobre os riscos da doença em cadelas. O câncer de mama é uma das enfermidades mais comuns em fêmeas caninas, especialmente nas que não foram castradas ou que passaram pelo procedimento tardiamente.
Apesar de assustar, o diagnóstico não é uma sentença. Com informação, prevenção e tratamento adequado, é possível salvar vidas — inclusive a da sua melhor amiga.
Assim como nas mulheres, o câncer de mama em cadelas é caracterizado pelo crescimento anormal de células nas glândulas mamárias. Essas células podem formar nódulos (caroços) que, em alguns casos, se tornam malignos e se espalham para outras partes do corpo, como pulmões e linfonodos.
Segundo a médica veterinária Gládis Costa, pós-graduada em Oncologia Veterinária, “o tutor precisa entender que o câncer mamário é silencioso no início. Muitas vezes, o nódulo é pequeno e não causa dor, o que faz com que o diagnóstico seja tardio”.
“Mesmo cadelas de pequeno porte ou jovens podem desenvolver tumores mamários. Por isso, o exame de toque mensal é essencial”, reforça Gládis.
O tutor é a primeira linha de defesa. Fique atento a:
Faça o autoexame das mamas da sua cadela uma vez por mês. Passe as pontas dos dedos suavemente por toda a região mamária. Qualquer alteração deve ser avaliada por um veterinário.
O diagnóstico é feito por meio de exame físico e exames complementares, como radiografias, ultrassonografia e biópsia. Esses procedimentos ajudam a identificar se o tumor é benigno ou maligno e a definir o estágio da doença.
O tratamento mais indicado é a cirurgia, onde as mamas afetadas são removidas. Em alguns casos, é necessário retirar toda a cadeia mamária do lado afetado. Dependendo do tipo de tumor, o veterinário pode recomendar quimioterapia após a cirurgia, para evitar recidivas ou metástases.
“O acompanhamento pós-operatório é fundamental. A cadela precisa de suporte físico e emocional para se recuperar bem”, explica Gládis.
A castração antes do primeiro cio reduz o risco de câncer de mama em até 90%. Isso acontece porque o tumor mamário está fortemente ligado aos hormônios reprodutivos (estrógeno e progesterona).
Além de evitar crias indesejadas, a castração é uma forma de amor e prevenção. Em alguns casos, o procedimento pode ser indicado em fases diferentes da vida, conforme orientação veterinária.
Quando o câncer é descoberto cedo, as chances de cura são maiores. Muitas cadelas vivem anos felizes após o tratamento, com qualidade e carinho.
“O segredo é o diagnóstico precoce — nunca espere o nódulo crescer ou abrir ferida para procurar ajuda”, alerta Gládis Costa. A medicina veterinária evolui a cada ano, com novas possibilidades de tratamento e protocolos que aumentam a expectativa de vida dos animais.
O câncer de mama em cães é uma doença séria, mas não é o fim. Com atenção, prevenção e cuidado veterinário, sua cadela pode superar o diagnóstico e continuar enchendo sua casa de alegria.
Faça o exame de toque mensal, evite anticoncepcionais hormonais e converse com seu veterinário sobre como prevenir. Cuidar é um ato de amor. E o amor também salva vidas.
Por Gisele Flores com informações da médica veterinária Gládis Costa – CRMVRS 09356 Pós-graduada em Oncologia Veterinária e Pós-graduanda em Geriatria Veterinária