Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de maio de 2025
Dono de um perfil no Instagram com 3,7 milhões de seguidores, o padre Chrystian Shankar se manifestou sobre os controversos bebês Reborn. Em postagem, o religioso fez um esclarecimento bem-humorado dizendo que não realiza batizados ou primeira comunhão de bonecas Reborn, nem “oração de libertação para bebê possuído por um espírito Reborn”
Ele ainda afirmou que “tais situações devem ser encaminhadas ao psicólogo, psiquiatra ou, em último caso, ao fabricante da boneca”.
Nos comentários, seguidores do padre responderam à publicação de maneira igualmente espirituosa. Alguns escreveram que ele seria acusado de “rebornfobia”, outros falaram que o padre iria ser denunciado no conselho tutelar Reborn. E houve até quem aproveitasse o embalo da postagem do religioso para oferecer serviços de babá para bebês Reborn.
Muitos seguidores também manifestaram incredulidade ao fato de algumas pessoas buscarem serviços religiosos para as bonecas que viraram o assunto do momento nas últimas semanas. Nas redes sociais, usuários passaram a mostrar suas rotinas com bebês reborn, que costumam ter nomes e, até mesmo, documentação. Os relatos simulam comportamentos de bebês reais, com episódios de choro e de alimentação por mamadeira, e até a procura médica.
“Falta marido”
Outro religioso influencer também fez críticas as “mães” de bebês reborn. O padre Patrick Fernandes, que é seguido por 6,6 milhões de pessoas no Instagram e 2,9 milhões no TikTok, falou que não consegue achar normal tratar bonecas como crianças. Ele criticou a aparência dos brinquedos e disparou sobre “estar faltando marido para essas mulheres”.
Após receber críticas no TikTok, o sacerdote se manifestou dizendo que existe uma “geração de adultos infantilizados”.
“Deixa eu fazer um desabafo. Não sei o que está acontecendo que aqui no meu Instagram está aparecendo um monte de vídeo das mães de bebê reborn (risos). O que está acontecendo com o mundo? Olha, se a Nasa quiser que eu vá de cobaia para Marte, eu estou disponível. Estou superinteressado em ser o primeiro padre de Marte. Acho que estou cansado deste mundo”, disse ele, no vídeo que viralizou.
Briga na justiça
A advogada e influenciadora Suzana Ferreira contou no Instagram que um casal que disputa a guarda de uma bebê reborn, brinquedo hiper-realista, lucrava com contas da boneca nas redes sociais.
Por este motivo, os ex-companheiros disputam, além da posse da boneca, a administração dos perfis que geram engajamento, publicidades e lucros.
“A bebê reborn tem um Instagram, que a outra parte [do casal] também tem o desejo de ser administradora da conta, pois o perfil já rende monetização. Segundo ela, o Instagram da bebê deveria ser das duas pessoas. A conta é um ativo digital atualmente, então também pode ser considerado como patrimônio”, disse Suzana.
Além disso, a cliente que procurou a advogada queria regulamentar a “convivência” com a boneca e impedir que a ex-companheira tivesse acesso à “filha reborn”. O impasse inclui também a divisão dos custos com a boneca e um enxoval feito para a bebê.
Projetos de lei
Quatro projetos de lei foram protocolados para criar restrições aos bebês reborn, mais conhecidos como bonecos ultrarrealistas. A ideia é proibir o atendimento em unidades de saúde públicas privadas, filas preferenciais, entre outros benefícios.
Uma dos textos, do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), de Minas Gerais, apresentou projeto para proibir tentativas de atendimento hospitalar das simulações.
Já a proposta do deputado Zacharias Calil (União Brasil-GO), quer tipificar como infração administrativa o uso desse tipo de boneco ou de qualquer outro objeto ou artifício que simule a presença de criança de colo, para receber ou usufruir dos benefícios.