Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Palácio do Planalto se articula para evitar que CPMI dos Atos Extremistas paralise agenda do governo

O Palácio do Planalto foi obrigado a concordar com a instalação da CPI mista dos Atos Extremistas, mas já se articula para evitar que a agenda do governo fique paralisada e presa à dos trabalhos da comissão.

Segundo avaliação feita por Lula, o governo não pode parar por causa da CPI mista. O temor da equipe presidencial é que as turbulências da comissão venham a contaminar o ambiente político em Brasília.

Por isso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai ser o encarregado de manter o foco na agenda do governo.

E o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, será o responsável para que as pautas prioritárias do Palácio do Planalto no Congresso Nacional tenham andamento, principalmente a votação das medidas provisórias e da nova regra fiscal.

Por outro lado, os líderes do governo Lula prometem partir para cima dos bolsonaristas na CPI mista, cujo requerimento deve ser lido na próxima semana.

Eles querem convocar, por exemplo, empresários bolsonaristas envolvidos no financiamento de atos golpistas, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e não descartam inclusive chamar o ex-presidente Bolsonaro para depor na comissão.

Instalação

A CPMI deve ser instalada na quarta-feira (26). O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve ler o requerimento de abertura da comissão e, depois disso, os líderes partidários irão indicar os membros. São 15 senadores e 15 deputados no colegiado. Além disso, um deputado e um senador participam em sistema de rodízio.

Ter a maioria da comissão é importante para eleger o relator e o presidente, facilitando o controle dos rumos dos trabalhos. Em 2021, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro não conseguiu conter a CPI da Covid e viu senadores de oposição nos postos-chave.

Os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que eram da cúpula da CPI da Covid, devem também participar da CPI mista sobre os atos. Outros integrantes da CPI passada, como Otto Alencar (PSD-BA) e Humberto Costa (PT-PE), são cogitados entre os membros.

No Senado, os dois blocos que apoiaram a reeleição de Pacheco neste ano já escantearam a oposição na presidência das comissões. Juntos, o bloco com PT, PSD e PSB, e o outro, com MDB, União Brasil, PDT, Podemos e PSDB, terão direito a 11 integrantes. Já os partidos mais identificados com o bolsonarismo poderão indicar cinco.

Já na Câmara, o bloco liderado por Lira terá direito a quatro cadeiras na CPMI. O grupo de aliados do presidente da Câmara mistura partidos do Centrão, com alguns integrantes distantes do governo, com legendas governistas. Outro bloco, do qual fazem parte MDB, Republicanos, PSD e Podemos, indicará mais três deputados.

Veja a distribuição prevista para cada partido:

Câmara

  • PL: 3
  • PT- PCdoB-PV: 2
  • PSOL-Rede: 1
  • União Brasil: 1
  • PP: 1
  • PSDB-Cidadania: 1
  • PDT: 1
  • MDB: 1
  • PSD: 1
  • Republicanos: 1

Senado

  • MDB: 2
  • União Brasil: 2
  • Podemos: 1
  • PSDB: 1
  • PSD: 3
  • PT: 1
  • PSB: 1
  • PL: 3
  • PP: 1
  • Republicanos: 1.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, a remuneração do FGTS não pode ser menor do que a da poupança
Lula convida o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, para visita ao Brasil
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play