Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de novembro de 2025
A recente declaração de Paolla Oliveira sobre sua relação com o corpo reacendeu um debate essencial: como lidar com o olhar alheio e encontrar paz consigo mesma. A atriz relatou momentos de ansiedade ao ler comentários sobre sua aparência e a sensação libertadora de finalmente se enxergar com gentileza.
“Eu ficava com a boca seca, sem ar, como se tivesse feito algo de errado. Mas esses dias eu vi uma dessas fotos e estava tudo bem. Foi libertador perceber que eu não precisava mais da validação dos outros para me sentir em paz comigo”, contou Paolla.
Para Renata Fornari, especialista em autoconhecimento e autoamor, a fala da artista representa o que milhares de mulheres sentem em silêncio.
“A internet amplificou o olhar julgador que a gente já tinha sobre nós mesmas. Antes era o espelho, agora é o feed. A comparação virou um reflexo coletivo. E é por isso que tantas mulheres vivem em guerra com o próprio corpo, tentando caber num padrão que muda todo dia”, analisa.
Segundo a especialista, a autoexigência constante tem origem em algo mais profundo: o medo de não ser suficiente.
“Toda mulher que se critica demais aprendeu, em algum momento da vida, que ser amada dependia de agradar, de ser perfeita, de se encaixar. O corpo vira o campo onde essa ferida se manifesta, mas a dor é muito mais antiga que a celulite ou o ângulo da foto”, explica.
O caminho para a liberdade, de acordo com Renata, não está em “blindar-se” do julgamento alheio, mas em se despir das armaduras emocionais que alimentam a autocrítica.
“A verdadeira liberdade não é deixar de ser julgada, é parar de se julgar junto. Quando você se reconcilia com o espelho, e com a mulher que te olha de volta, o olhar dos outros perde o poder”, afirma.
Renata lidera o movimento “Ouse Ser Você”, que propõe a libertação de quatro armaduras emocionais que impedem as mulheres de viver com leveza: a Controladora, a Autossuficiente, a Invisível e a Sabotadora.
“A cura começa quando a gente percebe que não precisa mais ser forte o tempo todo. A força verdadeira é poder ser, sentir, errar, rir, existir, sem medo. Foi isso que a fala da Paolla nos lembrou: que tá tudo bem ser humana”, conclui a especialista.