Quinta-feira, 26 de junho de 2025

Papa critica países que gastam com armas enquanto proclamam paz

Em mensagem divulgada neste domingo (10) por ocasião da 60ª Marcha pela Paz, que ocorre entre as cidades de Assis e Perugia, o papa Francisco considerou “escandaloso” que os países gastem “enormes somas de dinheiro” em armamentos enquanto proclamam a paz nas cúpulas internacionais.

O Pontífice lamentou que “infelizmente, ainda hoje, depois de duas guerras mundiais cruéis e de tantas guerras regionais que destruíram povos e países”, haja Estados que “ainda gastam enormes somas de dinheiro em armamento”.

Segundo ele, os países proclamam a paz desviando o olhar de milhões de pessoas “que não têm o necessário para viver ou que se arrastam numa existência indigna para o homem”. “É escandaloso”, ressaltou.

No texto lido pelo arcebispo de Assis-Nocera, monsenhor Domenico Sorrentino, Francisco saudou ainda os participantes da marcha pela paz, lembrando o tema escolhido: “Cuidado como novo nome da paz”. De acordo com o líder da Igreja Católica, “no fato de hoje haver uma ampla partilha em torno do valor do cuidar, referindo-se aos outros e ao meio ambiente, podemos reconhecer um sinal positivo dos tempos, que a crise pandêmica ajudou a evidenciar”.

“Com o gesto simples e essencial do seu caminhar, vocês afirmam que a cultura do cuidado é um caminho, aliás, é o principal caminho que leva à paz”, acrescentou.

Jorge Bergoglio enfatizou que “o cuidado é o contrário da indiferença, do descarte, de violar a dignidade do próximo, isto é, dessa ‘anticultura’ baseada na violência e na guerra”.

Por fim, o Papa advertiu que “é mais do que nunca necessário percorrer o caminho do cuidado: não uma vez por ano, mas todos os dias, no concreto da vida cotidiana, com a ajuda de Deus que é pai de todos e a todos”. “Ele cuida, porque aprendemos a viver juntos como irmãos”, concluiu o religioso, invocando a intercessão de São Francisco de Assis e enviando sua bênção.

Recorrente

Em fevereiro, o Papa já havia feito discurso parecido. Ele condenou na época, durante um compromisso em Bari, no sul da Itália, a guerra que atormenta os países nas proximidades do Mediterrâneo e definiu como hipócritas aqueles que “falam de paz e vendem armas”.

“A guerra é contrária à razão, é uma loucura e não faz sentido, e com a qual não podemos nunca nos acostumar”, acrescentou.

A crítica do papa foi feita durante uma rápida viagem de um dia a essa cidade na região de Apulia, onde participou do encontro “O Mediterrâneo, fronteira para a paz”, organizado pela conferência episcopal italiana junto a 59 bispos vindos de 20 países.

Em seu discurso, o papa aproveitou para fazer menção ao “grande pecado da hipocrisia”, já que muitos países “falam de paz e vendem armas aos que estão em guerra”, ressaltou.

O pontífice argentino reiterou ser contrário às guerras e mencionou “as divisões” e “as desigualdades” que afetam a região do Mediterrâneo, que definiu como “O Mare Nostrum, o lugar físico e espiritual no qual nossa civilização foi formada, como resultado do encontro de diferentes povos”, comentou.

Ao referir-se a essa área, com muitos focos de instabilidade e guerra, tanto no Oriente Médio quanto na África, Francisco comentou sobre o conflito entre Israel e os palestinos.

“Também não podemos esquecer o conflito, ainda sem resolução, entre israelenses e palestinos, que corre o perigo de ter soluções não equitativas e, portanto, pode gerar uma nova crise”, alertou.

O pontífice disse também ter medo dos discursos de líderes populistas, porque o fazem lembrar das “mensagens de ódio dos anos 1930 do último século”, em referência ao nazismo e ao fascismo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Com três gols de Yuri Alberto, Inter goleia a Chapecoense por 5 a 2 no Brasileirão
Brasil e Colômbia não saem do zero em jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play