Sábado, 04 de maio de 2024

Papa Francisco celebra Vigília Pascal no Vaticano, um dia depois de cancelar participação na Via-Crúcis

O papa Francisco celebrou nesse sábado (30), na Basílica e São Pedro a Vigília Pascal, após ter cancelado de última hora sua participação na Via-Crúcis da Sexta-feira Santa, o que gerou especulações sobre sua saúde. A cerimônia faz parte dos ritos de Páscoa, que devem culminar com a missa deste domingo (31), no Vaticano, também a ser conduzida por Francisco.

O pontífice argentino, de 87 anos, chegou em cadeira de rodas à igreja pouco antes das 19h30 locais (15h30 de Brasília) para celebrar a liturgia, de cerca de duas horas. Ele adentrou a uma Basílica de São Pedro às escuras, e que foi ganhando aos poucos as luzes das velas que começaram a ser acendidas pelos fiéis presentes. No sermão, falou sobre decepção e sobre o “poder da ressurreição”.

“Quando experimentamos uma profunda decepção, como fizeram os discípulos, temos também a sensação de que todos os nossos sonhos estão fadados ao fracasso, e que também nós devemos nos perguntar com angústia: ‘Quem rolará a pedra do túmulo?’”, disse Francisco. “Elevemos os olhos para ele e peçamos que o poder da sua ressurreição remova as pedras pesadas que pesam sobre as nossas almas.”

Na celebração, o pontífice batizou oito adultos na Basílica: quatro italianos, dois sul-coreanos um japonês e uma albanesa, pedindo que renunciassem a Satã e fizessem suas profissões de fé. No domingo, Francisco celebra missa pascal e concede a bênção “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo).

Há anos um tema recorrente no Vaticano, a saúde do Papa Francisco voltou a preocupar a Cúria e fiéis ao redor do mundo na sexta-feira à noite, quando ele cancelou, na última hora, sua participação na Via-Crúcis, no Coliseu, que foi acompanhada por 25 mil pessoas. O cancelamento foi o segundo consecutivo — ele também não participou em 2023 — e foi creditado pelo Vaticano a “preparações” para as cerimônias deste sábado e do domingo.

“Para preservar sua saúde em preparação para a vigília de amanhã e a missa do Domingo de Páscoa, o Papa Francisco acompanhará a Via-Crúcis do Coliseu a partir da residência de Santa Marta”, havia anunciado o Vaticano em comunicado.

Depois do anúncio, poucos segundos antes do início da cerimônia, os organizadores retiraram a cadeira do papa, que estava localizada em uma colina em frente ao Coliseu. Em 2023, o Sumo Pontífice optou por não participar da Via-Crúcis noturna devido às baixas temperaturas em Roma. Em vez disso, liderou a Missa da Paixão do Senhor na Basílica de São Pedro durante a tarde.

Um comunicado do Vaticano na época explicou que, devido ao frio intenso dos últimos dias, o Papa Francisco acompanhou a Via-Crúcis daquela noite a partir de sua residência em Santa Marta, no Vaticano. A Via Sacra é um evento noturno realizado ao ar livre, em frente ao famoso monumento de Roma, contando com a presença de fiéis e turistas de todo o mundo.

As palavras do Vaticano e a participação de Francisco na missa deste sábado não impediram que a imprensa italiana questionasse abertamente as capacidades do Papa de continuar à frente da Igreja Católica. O jornal La Stampa estampou em sua capa a manchete “A Via-Crúcis do Papa frágil”, e o Il Messaggero voltou a sugerir uma possibilidade de renúncia do pontífice.

“Trata-se simplesmente de uma medida de precaução”, informou à AFP uma fonte do Vaticano, assegurando que a saúde do papa não suscita “nenhuma preocupação particular”.

Francisco sempre deixa a “porta aberta” para uma eventual renúncia, seguindo os passos de seu antecessor, Bento XVI. Mas, em uma autobiografia publicada recentemente, ele reiterou que não tem “motivos sérios” para renunciar ao cargo, uma “hipótese distante” que seria justificada apenas em caso de “grave impedimento físico”.

Francisco passou por uma cirurgia abdominal em 2023, mas isso não fez com que reduzisse seu ritmo de trabalho. As audiências no Vaticano podem chegar a algumas dezenas de encontros em apenas uma manhã, e há viagens planejadas para a Ásia e Oceania nos próximos meses, que o Vaticano não formalizou até o momento. A última viagem do pontífice foi para Marselha, em setembro do ano passado, e sua participação na COP28 em Dubai, em novembro e dezembro, foi cancelada por uma bronquite.

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