Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Papa Francisco convida líder católico que defende direitos LGBTQIA+ para conferência do Vaticano

O Sínodo dos Bispos, um grande encontro que reúne bispos católicos do mundo todo e o Papa Francisco para discutir questões importantes para a Igreja Católica, vai ser realizado em outubro. Entre os convidados deste ano, conforme lista divulgada pelo Vaticano, está o jesuíta americano James Martin, conhecido defensor dos católicos LGBT+.

Martin tem uma organização nos EUA chamada Outreach, que se define como uma organização católico LGBTQIA+ que publica artigos, ensaios e fontes de informação para católicos LGBTQIA+, suas famílias e amigos e também para aqueles quem ministram na Igreja Católica em todo o mundo.

“Sinto-me honrado por ser convidado pelo Santo Padre a participar do Sínodo. Como jesuíta, estou comprometido com esse tipo de discernimento em grupo e estou ansioso para descobrir o que o Espírito Santo tem reservado para o Sínodo e para a igreja”, afirmou Martin em material divulgado nas páginas oficiais da Outreach.

A organização afirma que, de fato, na Bíblia há algumas referências à homossexualidade que condenam a prática, mas o libro também tem códigos morais que orientações éticas que os cristãos contemporâneos ignoram (por exemplo, no Novo Testamento, São Paulo fala para os escravos serem obedientes a seus mestres e que as mulheres devem ficar em silêncio nas igrejas).

Martin já trocou cartas com o Papa Francisco sobre o tema. O papa havia dado entrevistas nas quais tinha dito que a homossexualidade não deveria ser criminalizada. Em seu texto para a Outreach, Fracisco diz que quando afirmou que a homossexualidade é um pecado, estava se referindo ao ensinamento moral católico, que diz que todo ato sexual fora do casamento é um pecado.

“É claro que também se deve considerar as circunstâncias, que podem diminuir ou eliminar a culpa. Como você pode ver, eu estava repetindo algo em geral. Eu deveria ter dito ‘É um pecado, assim como qualquer ato sexual fora do casamento’”, afirmou ele.

Direito a voto

Outra novidade do sínodo será a presença de mulheres com direito a voto. Entre os nove presidentes da assembleia, há duas mulheres: a freira mexicana María de los Dolores Palencia e a japonesa Momoko Nishimura. Ainda há cinco mulheres entre os dez representantes dos Sindicatos de Superiores e Superioras Gerais.

O processo sinodal continua em 2024, com uma segunda fase. Após sua conclusão, espera-se que o Papa Francisco emita um documento considerando as propostas apresentadas pelos delegados.

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