Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de setembro de 2025
	
			
Mesmo condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém apoio da maioria do eleitorado evangélico para disputar eleição em 2026. Pesquisa Genial/Quaest obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que 59% dos evangélicos avaliam que a população sempre deve poder escolher no voto. Outros 37% consideram que condenados não devem participar de eleições e 4% não souberam ou não responderam.
A constatação do levantamento mostra o tamanho da dificuldade do presidente Lula de conseguir apoio nesse segmento. Os evangélicos são hoje 26,9% (quase um terço) da população brasileira, de acordo com o último Censo do IBGE. Nas últimas eleições, esse grupo optou de forma majoritária por candidatos anti-PT.
Na população como um todo, de acordo com a pesquisa da Genial/Quaest, 51% consideram que Bolsonaro não deveria concorrer, por causa da condenação no STF, e 46% defendem que o ex-presidente esteja na urna para que os eleitores decidam no voto, apesar da sentença judicial por tentativa de golpe de Estado. Outros 3% não souberam ou não responderam.
A única região do País em que os defensores da candidatura de Bolsonaro são maioria é o Centro-Oeste, onde 52% têm essa posição ante 45% que rejeitam totalmente condenados na disputa eleitoral.
Futuro
Sete em cada dez brasileiros avaliam que o bolsonarismo continuará existindo sem a atuação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão. A pesquisa, obtida pela Coluna, é do Instituto Ibespe em parceria com a BR Call.
O deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), autor do projeto de anistia que teve urgência aprovada e serve de base para a negociação no Congresso, é a favor do perdão para livrar Bolsonaro. No entanto, ele avaliou que não há votos suficientes no Legislativo para aprovar a medida.
O ex-presidente Michel Temer tem atuado para evitar qualquer azedamento no clima com o STF em relação à dosimetria de penas do 8/1. Para isso, tem frisado aos ministros que o projeto de lei não faz revisão de decisões da Corte.
Temer ressalta a interlocutores que a competência para reduzir penas é privativa do STF. A intenção do Congresso é aprovar nova lei que preveja punições mais brandas para os crimes em questão. Como a legislação penal retroage quando é em benefício do réu, a própria Corte aplicaria as novas penas.
Recado
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deixou recado claro aos réus do 8/1 que firmaram acordos de não persecução penal: a tratativa será anulada se a Corte identificar omissão de crimes. Recentemente, o relator revogou pacto firmado com o réu Kelson Lima, que havia omitido a prática de atos violentos.
No acordo homologado por Moraes em novembro, Lima confessara ter ficado no acampamento golpista em frente ao QG do Exército. Mas a PF identificou imagens dele em “atos de violência” na invasão dos prédios dos três Poderes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo