Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de julho de 2022
Devo ficar ou devo ir embora? É assim que começa o grande clássico da música punk britânica, “Should I stay or should I go”, do The Clash, gravado em 1981. E é um dilema comum a um astro da Premier League: Cristiano Ronaldo. O português de 37 anos, pediu para ser negociado do Manchester United, pensando em “aproveitar sua carreira”, em reta final, que considera que terá três ou quatro anos.
No último domingo (3), segundo informações inicialmente reportadas no site The Athletic, Cristiano teria pedido para o Manchester United encontrar o melhor para ele, e ao novo técnico dos red devils, o holandês Erik ten Hag, e a membros da diretoria do clube, com anuência do seu empresário, Jorge Mendes, para não embarcar para os jogos e primeiros treinos da pré-temporada, que será realizada na Tailândia.
De acordo com o jornalista Bruno Andrade, do UOL, a família Glazer, dona do Manchester United, quer uma proposta de no mínimo 15 milhões de euros, para, então, abrir conversas com quem deseja contar com Cristiano Ronaldo em sua equipe para a temporada 2022/23.
Na última temporada, o português marcou 24 gols em 38 jogos, e mesmo com 37 anos, foi o terceiro maior artilheiro da Premier League na última temporada, com 18 gols na competição, atrás apenas de Salah, do Liverpool, e Son, do Tottenham. Além disso, CR7 não tem lesões constantemente. Segundo o site Transfermarkt, Ronaldo ficou fora apenas por 3 semanas por problemas musculares nos últimos dois anos.
Veja a seguir algumas possibilidades do atacante:
Chelsea
Todd Boehly, novo dono dos Blues, quer um jogador para marcar o início de uma nova era, e isso se faz ainda mais necessário com a saída de Lukaku para a Inter. que seria uma perda no aspecto fora de campo, e uma perda na função de centroavante, fator que faria Cristiano Ronaldo jogar mais, mesmo em um contexto de rotações sob o comando de Thomas Tuchel. A princípio, seria difícil para os torcedores do Chelsea, acostumados a vê-lo como rival em algumas décadas de enfrentamentos com o Manchester United, se acostumar a ver CR7 com a camisa azul.
Além disso, outro problema é que ele provavelmente não estaria adequado ao estilo intenso que Tuchel aplica as suas equipes, com pressão alta, em tempo constante, embora o treinador alemão entenda que, em um contexto de dificuldades maiores de marcar gols em relação a seus rivais City e Liverpool, o português poderia ser este goleador, e o fato de não marcar quando o time está sem a bola, seria um pequeno detalhe. Por outro lado, uma possível rejeição da torcida pelo passado como rival pode pesar.
Bayern
Em meio a possível saída de Lewandowski para o Barcelona, a possibilidade bávara pinta como perfeita para ele. É um clube que compete por títulos no âmbito local, tendo em vista a supremacia na Bundesliga, e que poucas vezes deixa de ganhar a Copa da Alemanha, e que sempre está entre os favoritos na UEFA Champions League.
Além disso, com a saída do polonês, CR7 pintaria como a estrela maior da Bundesliga, e como principal homem de ataque da estrela do sul alemão, em um time já entrosado e ofensivo. Porém, embora pagar não seja um problema para o time bávaro, que além de fechar no azul, não tem problemas financeiros, não é da política do Bayern altos gastos com salários, o que já foi duramente criticado por membros da diretoria do clube.
Napoli
Talvez uma das hipóteses mais improváveis de todas as europeias seria uma volta à Itália, especialmente a um rival da Juventus. Embora seja o claro sonho dos tifosi azzurri partenopei de emular Maradona na busca pelo Scudetto, e o time tenha voltado a Champions League após 2 anos de ausência, não é o perfil do presidente do clube, Aurelio De Laurentiis, fazer este tipo de investimento salarial em jogadores. Aliás, os napolitanos no momento estão reduzindo sua folha, fazendo com que ídolos do clube, como Insigne e Mertens, deixassem o time por conta da readequação, sem ter seus contratos renovados, e explica a dificuldade em um novo contrato com outro ídolo: o zagueiro senegalês Koulibaly, cortejado pela Juve, e por Chelsea e Bayern.
Brasil
É uma possibilidade que não foi ventilada, e que no momento, não tem a menor pretensão de acontecer. Afinal, embora seus direitos econômicos estejam valendo na casa de 15 milhões de euros, seu salário atual de 385 mil libras por semana, segundo reportado pelo jornal Daily Mail, (em torno de R$ 2,4 milhões por semana) é completamente proibitivo, mesmo para os clubes ricos do país.
Mas, em se tratando que sua família tem negócios no Brasil, administrados por meio de sua mãe, Dolores, e a proximidade com sua irmã, Kátia, que mora no país, uma possibilidade remotíssima poderia existir. Em entrevista à ESPN Brasil, em janeiro, ele respondeu sobre a chance: “Jogar, ninguém sabe. Ninguém dizia que eu ia voltar ao Manchester [United] com 36 anos, e aqui estou. Jogar no Brasil? Não sei. Está longe dos meus pensamentos. Mas no futebol tudo é possível, não sei”, completou.