Domingo, 12 de outubro de 2025

Parlamentares bolsonaristas dizem preferir o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, entre os cotados para assumir a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo

O ministro do Tribunal de Constas da União, Bruno Dantas, é o preferido dos bolsonaristas entre os cotados para assumir vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com o anúncio da antecipação da aposentadoria do ministro de Luís Carlos Barroso.

Reservadamente, eles afirmam que Dantas tem melhor diálogo com a oposição, ainda que mantenha interlocução boa com o governo. Lembram ainda que ele teve boa relação com Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo e tem trânsito com o empresariado.

Apesar disso, consideram que o ministro do TCU tem menos chances de ser indicado, ainda que tenha como padrinho político Renan Calheiros (MDB-AL), do que o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, e o senador e ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também cotados para a vaga de Barroso.

A indicação cabe ao presidente Lula (PT), que enviará o nome do seu escolhido para análise e sabatina dos senadores.

Barroso anunciou sua aposentadoria do tribunal na quinta-feira (9), no final da sessão de julgamentos. Ele deixou o Supremo após 12 anos e 3 meses vestindo a toga. Sua aposentadoria por idade só chegaria em 2033, mas ele decidiu antecipar a saída após concluir o período na presidência do tribunal.

Pior dos cenários

Bolsonaristas consideram a indicação de Messias o pior dos cenários. Ele o veem como alguém essencialmente alinhado ao governo petista e mais ideológico e desconsideram o fato de ele ser evangélico —algo outrora considerado um diferencial relevante, como quando defenderam André Mendonça para a corte.

Já Pacheco, com quem Bolsonaro teve embates durante sua gestão, é visto como palatável ou o menos pior por apoiadores do ex-presidente no Congresso. Apesar de ser próximo a Lula, Pacheco é parlamentar, tem trânsito entre os colegas e não é flagrantemente de esquerda ou ideológico, dizem.

O senador conta com o importante apoio do seu sucessor, Davi Alcolumbre (União-AP), que, como a Folha de S.Paulo mostrou, afirmou a colegas que vai trabalhar para que Pacheco tenha o maior número de votos da história, caso seja indicado para o Supremo.

Ainda assim, o ex-presidente do Senado segue com ampla rejeição no bolsonarismo e deve encontrar resistência entre os representantes mais radicais desse setor na Casa.

Eles dizem que Alcolumbre não está com crédito para pedir votos entre eles, por não ter pautado o projeto de lei que concede anistia aos presos e condenados nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Pacheco

Os senadores de oposição mais moderados consideram que a escolha de Lula se dará, principalmente, entre Pacheco e Messias e que a primeira opção tem maior viabilidade entre os colegas da Casa.

Caso Lula opte por indicar o senador, poderá contratar mais um problema para a eleição ao Governo de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, onde sobram nomes de direita para disputar o cargo.

O parlamentar nunca escondeu o desejo de ser ministro da corte, mas é o favorito de Lula para disputar o Palácio Tiradentes.

Segundo interlocutores, Pacheco ainda não decidiu se vai se candidatar, mas sabe que não há plano B para a frente ampla de Lula em Minas e que o presidente precisa de palanque no estado para a disputa à reeleição. Recentemente, afirmou que fará o que o petista quiser.

“Eu tenho certeza que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco, ele sabe disso. É só ele se dispor a ser candidato. Se ele for candidato, será o futuro governador de Minas Gerais. Espero que, dentro de poucos dias, a gente tenha essa definição”, declarou Lula à rádio Itatiaia em agosto.

Bolsonaristas veem a questão eleitoral como indiferente, uma vez que não consideram Pacheco um candidato competitivo diante dos demais. Segundo essa avaliação, ele teria capacidade apenas de emprestar palanque ao presidente no estado.

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