Sábado, 28 de junho de 2025

Parque de vulcão na Indonésia reabre trilha três dias após o resgate do corpo de brasileira

O Parque Nacional do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, reabriu neste sábado (28) — três dias após o resgate do corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos. A trilha aberta é a que leva ao cume do vulcão pela rota de Pelawangan 4 (Sembalun), exatamente o trecho onde Juliana caiu no sábado passado.

A jovem fazia a trilha quando escorregou e caiu de um penhasco de cerca de 300 metros. O corpo foi resgatado apenas na quarta-feira (25), após dias de buscas sob chuva e neblina. Segundo o médico legista, que divulgou na sexta-feira detalhes sobre a causa da morte da brasileira, ela teria morrido na quarta-feira, por hemorragia interna provocada por múltiplas fraturas após uma das quedas.

A reabertura foi anunciada em um comunicado oficial e reforçada nas redes sociais do parque. A nota afirma que a liberação ocorre após a conclusão das atividades de resgate e destaca que a “segurança está em primeiro lugar”. Visitantes são orientados a seguir apenas trilhas oficiais e cumprir os procedimentos operacionais padrão, definidos para a escalada.

“O Monte Rinjani não é apenas um objetivo, mas também uma responsabilidade conjunta. Vamos amar Rinjani com cuidado”, diz o post feito pelo parque no Instagram.

Apesar do tom de precaução, o comunicado não detalha se houve mudanças ou reforços efetivos nos protocolos de segurança após a tragédia. A retomada rápida da atividade, apenas três dias após o fim do resgate, foi recebida com preocupação por alguns internautas, que pedem mais transparência sobre as medidas adotadas.

Em entrevista ao jornal O Globo, Mariana Marins, irmã de Juliana, comentou:

“É inacreditável demais. Pior que, durante o resgate da Juliana, a fila para entrada lá estava gigantesca e passando pelo local ainda. Tudo la é só ladeira abaixo. Estrutura nenhuma”, disse Mariana.

Juliana era publicitária, morava em Niterói, no Rio de Janeiro, e estava viajando sozinha em um mochilão pela Ásia. Ela caiu enquanto subia o Monte Rinjani durante a madrugada. Voluntários e turistas participaram das buscas, enfrentando condições climáticas severas.

A família da jovem criticou a condução das autoridades indonésias, especialmente após a divulgação do laudo da autópsia à imprensa antes mesmo de ser entregue oficialmente aos parentes. O traslado do corpo ao Brasil será custeado pela prefeitura de Niterói.

Além da forma como a informação foi divulgada, a família coleciona dúvidas sobre quando Juliana teria morrido. Sua irmã, Mariana, questiona a própria cronologia apresentada pelo legista. Segundo ele, a morte teria ocorrido entre 12 e 24 horas antes das 22h05 — mas não deixa claro a que dia se refere. Juliana caiu no sábado, dia 21, pela manhã, e o corpo foi resgatado apenas na quarta-feira seguinte. A estimativa de morte nesse intervalo abre margem para interpretações contraditórias.

“Se o legista disser que a morte foi 12 horas após a primeira queda, isso é mentira. Temos relatos de turistas, registros, vídeos… muita coisa que comprova que a Juliana ficou viva por muito mais tempo. O ferimento fatal pode ter acontecido na última queda, já perto do resgate. Agora, se ele confirmar que foi entre 12 e 24 horas antes do resgate, isso muda tudo, diz muita coisa”, completou Mariana.

Imagens feitas por turistas mostram Juliana com vida pelo menos três horas após a queda inicial. Ela teria pedido ajuda, e o grupo utilizou um drone para localizá-la. As gravações foram entregues à família e aos voluntários envolvidos nas buscas.

Informações sobre a autópsia no corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foram divulgadas nesta sexta-feira no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, onde o corpo foi examinado. Em entrevista para imprensa local, o médico legista Ida Bagus Alit concluiu que a causa da morte foi trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa. Ele respondeu a perguntas sobre os ferimentos e o tempo estimado entre o trauma e o óbito. Ele detalhou tecnicamente os danos ao corpo, mas ainda não está claro qual das quedas provocou a morte, estimada por ele em cerca de 20 minutos após o trauma, nem o local exato onde isso ocorreu.

 

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