Segunda-feira, 06 de outubro de 2025

Partido União Brasil abre processo para expulsar ministro do Turismo

A direção nacional do União Brasil abriu um processo disciplinar que pode levar à expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, da sigla.

O procedimento acusa Sabino de desrespeitar orientações partidárias e não cumprir o ultimato da legenda para a entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em rota de colisão com o Planalto, a cúpula do União Brasil decidiu que filiados ao partido teriam de deixar cargos na gestão Lula até o dia 19 de setembro. O partido afirmou que o descumprimento será considerado infidelidade partidária, que, segundo regras internas, pode ser punida com expulsão.

A direção nacional do União Brasil abriu na última terça-feira (30) um processo disciplinar que pode levar à expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, da sigla.

O procedimento acusa Sabino de desrespeitar orientações partidárias e não cumprir o ultimato da legenda para a entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em rota de colisão com o Planalto, a cúpula do União Brasil decidiu que filiados ao partido teriam de deixar cargos na gestão Lula até o dia 19 de setembro. O partido afirmou que o descumprimento será considerado infidelidade partidária, que, segundo regras internas, pode ser punida com expulsão.

Celso Sabino ignorou o prazo e continuou à frente do Ministério do Turismo, tentando, sem sucesso, articular uma saída para se manter no cargo.

Na última semana, o ministro chegou a anunciar que havia pedido demissão, indicando que atenderia à determinação partidária.

Sabino sinalizou, no entanto, que permaneceria por mais alguns dias para acompanhar Lula em agendas relacionadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).

Mesmo depois de cumprir as agendas com Lula no Pará, Celso Sabino continua à frente do ministério.

Membros do União Brasil avaliam que o anúncio e a atitude do ministro descumpriu as regras do partido. Na última segunda (29), uma denúncia contra a conduta de Sabino foi apresentada à direção da sigla.

Um dia depois, o processo disciplinar foi instaurado sob a relatoria do deputado Fabio Schiochet (União-SC), que atualmente é presidente do Conselho de Ética da Câmara. Segundo o parlamentar, Sabino poderá se defender até a  segunda-feira (6).

Pelas regras internas do União Brasil, após a defesa, Schiochet apresentará um parecer que opinará pela expulsão ou absolvição de Celso Sabino. A tendência é que o deputado catarinense sugira a expulsão do ministro.

Se o relatório seguir este caminho, eventual penalização somente poderá ser aplicada pela direção nacional do União Brasil com o aval de três quintos dos membros.
Sabino já passou por situação semelhante em 2020, quando era filiado ao PSDB. O partido chegou a abrir um processo de expulsão, mas o ministro conseguiu se desfiliar com autorização da Justiça um ano depois.

Celso Sabino foi eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022. Ele se afastou do mandato para exercer o cargo de ministro do Turismo, contando com as bênçãos da bancada da sigla na Câmara.

Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eventual expulsão não levará Sabino a perder o mandato de deputado federal. Se for expulso por decisão da cúpula do União Brasil, o ministro poderá se filiar a outra sigla.

Sabino resiste no ministério

O ministro do Turismo resiste a deixar a pasta. Na última quinta, em evento com Lula, Celso Sabino afirmou que “nada” o afastaria do petista.

“Nada, nem partido político, nem um cargo, nem ambição pessoal, vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará, presidente. Conte comigo onde quer que eu esteja, para lhe apoiar, para segurar na sua mão, porque reconheço seu trabalho e sei de tudo que você fez pelo Brasil e pelo estado do Pará”, disse.
Ao g1, aliados de Celso Sabino afirmam que, apesar das determinações e do comunicado anterior de demissão, ele ainda mantém o desejo de seguir no ministério. A expectativa é que Sabino se manifeste na próxima semana.

Parlamentares próximos ao ministro têm dito que Sabino avalia a pasta como uma forma de se projetar para uma eventual candidatura ao Senado em 2026.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Presidente do partido Progressistas afirma que a definição para representar a direita nas eleições de 2026 deve ser anunciada em janeiro e que Tracísio não tem como recuar se for convocado pelo padrinho político Bolsonaro
Ministro do Turismo desiste de demissão após ganhar respaldo da bancada na Câmara dos Deputados para ficar no governo Lula
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play