Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Partidos PSDB e União Brasil tentam atrair Ciro Gomes, que ainda não decidiu se deixa o PDT

O PSDB espera que o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) se filie ao partido dentro de 30 dias, entre agosto e setembro. A sigla já fez o convite ao ex-presidenciável, mas ele ainda não decidiu se trocará os pedetistas pelos tucanos. Paralelamente, o União Brasil também se movimenta para incorporar Ciro a seus quadros.

O pano de fundo dessas articulações partidárias é o mesmo: firmar uma aliança de oposição ao governador cearense Elmano de Freitas (PT). As duas legendas têm interesse em lançar Ciro a candidato no Estado em 2026. Dessa forma, acreditam que o ex-governador e ex-ministro ajude a puxar votos e aumentar as bancadas de ambos os partidos na Câmara dos Deputados.

Para o PSDB, esse último ponto é ainda mais importante. Os tucanos perderam na terça-feira (19) o último governador que fazia parte da sigla, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul. Ele se filiou ao PP na convenção que oficializou a federação dos Progressistas com o União Brasil.

Pelo lado do PDT, entretanto, o presidente do partido, Carlos Lupi, não quer deixar Ciro sair da sigla trabalhista. Na semana passada, o dirigente partidário foi a Fortaleza para uma reunião com seu ex-presidenciável para conversar sobre sua permanência entre os pedetistas. Assim como o PSDB e o União Brasil, o PDT também vê em Ciro um caminho para fortalecer a bancada no Ceará.

Debandada

No próximo período de janela partidária, no início do ano que vem, deve haver uma debandada de deputados cearenses da sigla trabalhista por causa do rompimento de Ciro com o irmão, senador Cid Gomes (PSB). Para estancar a sangria, líderes do PDT que defendem a permanência de Ciro acreditam que ele tem potencial por causa de seu “recall” no Estado, de ajudar na eleição de novos parlamentares em 2026.

Lupi não se manifestou. Mas, na semana passada, no mesmo período em que esteve em Fortaleza, o cacique do PDT publicou um vídeo elogiando Ciro e o chamando de “um dos quadros mais importantes e mais preparados” que o partido tem.

“Na minha opinião modesta, Ciro é um dos brasileiros mais preparados que já se inventou nesse planeta Brasil”, disse Lupi na gravação, em que também afirmou ter uma “amizade pessoal há mais de 25 anos” com o ex-presidenciável.

Segundo o entorno de Ciro, ele ainda não decidiu se deixa o PDT e para qual partido migrará. Porém, as fontes afirmam que, caso a sigla trabalhista continue na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governo petista do Ceará, as chances de ele sair do partido são grandes.

Negociações

Atualmente, as conversas estão mais avançadas para que ele vá para o PSDB. Quem tem tocado essa articulação é o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com quem o ex-presidenciável pedetista tem uma relação de décadas. Ciro foi do PSDB entre 1990 e 1994, tendo sido o primeiro governador da sigla a ser eleito, em 1990.

Além de Tasso, que sucedeu Ciro no governo do Ceará, em 1995, outros dois tucanos que estão em contato com o ex-presidenciável para fazê-lo trocar de partido são o presidente do PSDB, Marconi Perillo, e o deputado federal Aécio Neves (MG). Em meados de julho, os quatro — Ciro, Tasso, Perillo e Aécio — se reuniram em Brasília, na casa do deputado federal Adolfo Viana (BA), para discutir a volta do ex-ministro pedetista à legenda.

“Eu deixei esse assunto (a filiação de Ciro) sob a responsabilidade do senador Tasso. Está bem encaminhado”, disse Perillo, ao Valor. “Estou aguardando a conclusão das conversas do senador com Ciro.”

Já a articulação para atrair o ex-presidenciável ao União Brasil envolve o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, o presidente da sigla no Ceará, Capitão Wagner, e o deputado federal Danilo Fortes (União-CE).

O objetivo da legenda é ter Ciro à frente da aliança da oposição contra Elmano. Essa coalizão inclui as siglas de direita do Estado, inclusive o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde a eleição municipal de 2024, Ciro vem fazendo acenos a bolsonaristas cearenses.

Apesar disso, o ex-ministro e ex-governador não deve se envolver com Bolsonaro. Pelo contrário, ele mantém a mesma postura crítica ao ex-presidente que tinha na eleição de 2022. No entanto, tal como era no pleito passado, seus ataques focam mais em Lula do que no líder bolsonarista.

Em vídeo publicado em seu canal no YouTube sobre o tarifaço americano contra o Brasil, Ciro diz que tanto Lula quanto Bolsonaro atuam no caso pensando apenas em fins eleitorais e critica a “manipulação” do petista e a “burrice” do bolsonarista. (Com informações do Valor Econômico)

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