Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de abril de 2025
A Páscoa é uma comemoração religiosa, de origem judaica e surgimento anterior ao Cristianismo, que retrata a data da ressurreição de Jesus Cristo, três dias após a crucificação. Uma celebração com diferentes interpretações ao redor do mundo, desde festividades específicas até adaptações culturais com um olhar único para o marco histórico.
Cristianismo
A Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) ou outono (no Hemisfério Sul), estabelecida pelo cálculo do Concílio de Niceia (325 d.C.). Não há uma data específica, mas ela é celebrada normalmente entre os dias 22 de março e 25 de abril. Em 2025, será dia 20 de abril.
No Cristianismo, a Páscoa é precedida pela Semana Santa, que relembra os últimos dias de Jesus, incluindo a Última Ceia, a Crucificação (Sexta-feira Santa) e a ressurreição, no domingo.
Para comunidades evangélicas neopentecostais e para os protestantes, a Páscoa é uma “história de redenção”, celebrando a ressurreição. Diferente dos católicos, por exemplo, não há restrição ao consumo de carne, tampouco celebração da Quaresma.
Judaísmo
“A Páscoa tem origem na religião judaica. A tradição rabínica lembra uma antiga festa de primavera, em que os pastores ofertavam a Deus um cordeiro como agradecimento pelo rebanho. Ao se tornarem também agricultores, os descendentes de Abraão consumiam toda farinha e fermento em festa no dia anterior à colheita do trigo, porque acumular alimentos é sempre começo de injustiça. Daí o primeiro pão de trigo novo não era fermentado”, citou Aragão.
“Quando o povo judeu foi libertado da escravidão no Egito, guiado por Moisés, esses rituais se uniram na ceia familiar de Pessach (Páscoa Judaica), cujos pratos principais são o cordeiro e o pão sem fermento, lembrando agora a pressa na fuga e a proteção divina na passagem para a liberdade”, completou.
Islamismo
Os muçulmanos não comemoram a Páscoa por não acreditarem na ressurreição de Jesus como um “evento divino”. Por mais que seja citado em diversas passagens do Alcorão, Cristo não é considerado filho de Deus no Islamismo, apontando que ele, chamado de Isa, foi elevado aos céus por Alá, para retornar no fim dos tempos.
Para o Islamismo, o período mais sagrado é o Ramadã, no nono mês do calendário lunar, durando 29 ou 30 dias. Os muçulmanos se abstêm de comer, beber, fumar e manter relações sexuais desde antes do nascer do sol até o pôr do sol, celebrando o momento em que na visão deles o profeta Muhammad recebeu a revelação do Alcorão do anjo Gabriel. Ocasionalmente, a Páscoa cristã pode coincidir com o Ramadã.
Espiritismo
Doutrina religiosa, filosófica e científica que surgiu na França no século XIX, por meio do pedagogo francês Allan Kardec, o espiritismo não comemora a Páscoa. A Bíblia, no espiritismo, por exemplo, é considerada uma obra que registra o fundamental da passagem de Jesus Cristo, mas quem segue a religião não acredita em profecias, vendo a ressurreição de forma espiritual e não física.
Testemunhas de Jeová
As Testemunhas de Jeová não celebram a Páscoa, considerando que “Jesus mandou relembrar seu falecimento, não sua ressurreição”. Em compensação, comemoram a “Ceia do Senhor”, chamada também de “Refeição Noturna do Senhor” ou “Memorial da Morte de Cristo”. Acontece uma vez por ano, seguindo o calendário judaico, geralmente no dia correspondente ao 14 de Nisã (data bíblica que comemora a Páscoa judaica e a instituição da Ceia do Senhor por Jesus).
Budismo
No Budismo não há também celebração da Páscoa. A religião comemora o Vesak, o nascimento, a iluminação e a morte de Sidarta Gautama (Buda). A data varia conforme o calendário lunar, geralmente caindo entre os meses de abril e maio. Os budistas fazem meditações e cerimônias nos templos, além de procissões e rituais de iluminação com lanternas.
Matriz Africana
As religiões de matriz africana não possuem uma celebração específica para a Páscoa. Ainda assim, há certo sincretismo religioso, com uma associação entre Jesus Cristo e Oxalá, orixá cultuado como o mais respeitado de todos do panteão africano. Ele é ligado à criação do mundo, paz e equilíbrio.
Algumas casas de Candomblé podem fazer rituais no período que os cristão chamam de Sexta-feira Santa. A Umbanda vê a celebração como um momento de reflexão e caridade. Há tradições que também associam elementos da Páscoa a Nanã, orixá ligada à sabedoria e ciclo da existência.