Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Paula Braun dirige filme sobre casais e conta o que levou para relação com Mateus Solano

Paula Braun é leve. A atriz, que recentemente estreou como diretora do documentário IoIô de IaIá, disponível no Globoplay, que narra a relação de sete casais juntos há cerca de cinquenta anos, se expressa com calma e segurança. Casada há 14 anos com o ator Mateus Solano – com quem tem 2 filhos: Flora, de 11 anos, e Benjamin, de 6 –, a artista conta que a ideia do filme surgiu por seu interesse pela velhice.

“Gosto demais do tema [velhice], do tempo que passa, do menos futuro e mais passado que nos obriga a viver intensamente o presente. Minha inspiração veio de umas fotos que vi, mas também da liquidez da forma com que nos relacionamos hoje com tudo, não só com parceiros amorosos. Quis entender sobre essa passagem, o que veio de bom e ainda o que perdemos no caminho desse desenvolvimento maluco”, argumenta.

De maneira íntima e profunda, o documentário acompanha o dia a dia e os ensinamentos de uma vida compartilhada por décadas. Os personagens contam suas histórias de vida a dois, através de uma conversa informal sobre seu convívio diário.

“‘Ioiô de Iaiá’ começou com uma ideia romântica e idealizada e se transformou em algo completamente diferente. Eu costumo dizer que ele é um filme de entrelinhas, a gente vê a relação muito mais nas ações e olhares dos personagens do que naquilo que dizem”, explica Paula, que acumula inúmeros trabalhos no teatro e na TV, como a médica judia Rebeca em Amor à Vida, trama de Walcyr Carrasco exibida entre 2013 e 2014 na TV Globo.

O documentário Ioiô de Iaiá é sua estreia na direção. Como foi a experiência de dirigir pela primeira vez?

“Uma loucura (risos). Foi de entender o tempo das coisas, o improviso, que não tem como premeditar ou esperar algo de uma obra que é viva e está em movimento. Cada casal que entrevistei tem o seu tempo, o seu jeito, a sua amplitude. Eu estava muito ansiosa e tive que ter muita paciência, principalmente na hora de montar e finalizar. Demorou bem mais do que eu esperava e chegou um momento em que tive que me dizer: ‘ok, ou me acalmo ou desisto’. De resto, tive muita alegria de ver estrear e muito aprendizado para saber como melhorar no próximo.”

O documentário narra a relação de sete casais que estão juntos há cerca de cinquenta anos. O que aprendeu com eles que levou para o seu casamento com o Mateus?

“O que mais aprendi foi a ter calma para viver os momentos devagar e sem criar expectativas. Um dia de cada vez bem aproveitado vale mais que a garantia da durabilidade. A gente deixa passar as melhores coisas da vida por conta da pressa. Eu sempre tive pressa. Aprendi a ser calma, na minha relação e na minha vida. E ser calma não é ser passiva, é aprender a ouvir a mim mesma e todos que convivem comigo.”

O documentário também traz à tona a velhice. Como lida com o envelhecimento?
Lido bem, tenho muito apego à vida, adoro viver. Não tenho apego com o que fui fisicamente ou a qualquer fase, olho para isso e me recordo com carinho das coisas boas e ruins. A maturidade me deu muito mais liberdade para ser o que eu quiser neste mundo. Envelhecer bem, para mim, sem clichê (risos), é envelhecer feliz, com saúde, aproveitando a infância e as fases dos meus filhos de um jeito bom e carinhoso.

A maturidade também ajuda no romance e no sexo?

“Opa! Maturidade é a coisa mais maravilhosa do mundo! Só o joelho e a lombar que pioram (risos). Acho que hoje dou mais valor ao que é realmente importante na relação. Eu tenho muita sorte de ter um companheiro que é um amigo incrível, um amante delicioso, um pai massa para as crianças. A gente tem momentos muito preciosos juntos, cada vez mais, justamente pelo tempo que estamos juntos, nos relaxa no bom sentido. Passa toda aquela ânsia de dar certo ou medo de dar errado. Que bobagem isso, né? Cada um aprende com o outro e respeita as diferenças. Eu tenho os meus momentos e ele tem os dele. Nos damos espaço e nos damos tempo juntos. É essencial… O que me incomoda eu falo, ele escuta e vice-versa. E assim caminhamos.”

Você já declarou que é cobrada para ser a mulher perfeita por ser casada com um galã de novela. Vejo que você se posiciona nas redes a fim de quebrar padrões de beleza e mostrar que toda mulher deve ser do jeito que é e gosta de ser, o que é maravilhoso. Essa cobrança ainda acontece?

“Não acontece mais, pelo menos faz um tempo (risos). Depois de quase 14 anos de relação não tem mais o que cobrar, né? Mas tenho certeza de que vão cobrar outros casais, famosos ou não, por uma perfeição estética e padronizada de relacionamento que não existe em lugar nenhum no planeta. E isso é ruim, é pesado, machuca. E, claro, isso cai muito mais para as mulheres do que para os homens, é cultural. Ninguém aguenta mais isso, não.”

Como lida com esse ódio gratuito que muitas pessoas destilam nas redes, especialmente com pessoas públicas como você? Tudo opinam, tudo julgam…
“Hoje não dou mais bola e bloqueio. Antes tentava até conversar, mas hoje estou cansada. Esse país e tudo o que acontece nele nos cansa, exaure. Aí eu penso: “poxa vida, tem tanta gente carinhosa para responder, deixa eu ficar aqui e trocar esse afeto que vou ganhar mais”.

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