Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de maio de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não tem mantido contato com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso por conta da suposta fraude nos cartões de vacina dele, da filha adolescente e de outras pessoas do entorno do ex-presidente.
Apesar de fazer elogios ao militar, Bolsonaro fez questão de se desvincular dele e de qualquer eventual ilícito, dizendo que pede “a Deus” que Cid não tenha cometido ilegalidades.
“Não tenho conversado com ele, tá em segredo de Justiça, apesar de vazar. Vi no rodapé de uma tv que ele ficou em silêncio [em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira]. Isso é ele com o advogado dele” , disse Bolsonaro.
O ex-presidente prosseguiu: “Ele [Mauro Cid] foi um excelente oficial do Exército brasileiro. Jovem ainda, forças especiais, paraquedista, primeiro lugar de quase todos os cursos que fez. Peço a Deus que não tenha errado. Cada um siga sua vida.”
Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro enquanto ainda atuava no Palácio do Planalto e foi convocado a prestar esclarecimentos à PF no inquérito que apura se houve adulteração de carteiras de vacinação da covid. O militar está preso preventivamente na Operação Venire, que tornou o caso público, no início de maio.
A polícia investiga inserções falsas sobre o cartão da vacina para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia. Bolsonaro se defendeu da hipótese. “Não tinha exigência para eu entrar nos EUA estar vacinado, meu Deus do céu”, disse.
Itens pessoais
O ex-presidente, que foi ao Senado visitar o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ainda falou sobre as compras de Michelle em dinheiro vivo e sobre o caso das joias. “As compras dela é absorvente, uma comprinha pra filha, manicure, cabeleireiro. Eu sacava em média 20 mil por mês, outras coisas que pagava da minha conta pessoal. Eu nunca usei o cartão corporativo meu”, afirmou.
Bolsonaro nega que as joias que ganhou de presente da Arábia Saudita — caso revelado pelo Estadão — tenham passado tanto ele como por sua esposa e nivelou o valor delas por baixo. “Ela nunca viu as joias. O que eu já tive de conhecimento, quando é uma joia para se vender no mercado específica de uma nação, o preço vai estar lá embaixo. Vai estar abaixo de R$ 2 milhões. É bastante valor? É. Mas está longe de R$ 16 milhões”, disse.
A entrevista dada a jornalistas acabou após uma pessoa gritar “fora, Bolsonaro”. Uma transeunte ainda rebateu com um “mito”, termo usado para se referir ao ex-presidente.