Sábado, 20 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de dezembro de 2025
Com a aproximação das festas de fim de ano e do período de férias de verão, as viagens se tornam mais frequentes entre os moradores de Porto Alegre. Para evitar o aumento da proliferação do mosquito Aedes aegypti e a ocorrência de novos casos de dengue no início do ano, é fundamental adotar medidas preventivas antes de viajar e também no retorno à cidade.
Antes de viajar
É essencial eliminar qualquer possibilidade de água parada no domicílio. Recipientes em quintais, pátios ou varandas que possam acumular água após a chuva devem ter as paredes escovadas, pois os ovos do mosquito ficam aderidos nessas superfícies e podem permanecer viáveis por semanas. Sempre que possível, mantenha esses materiais protegidos do relento.
Também é importante verificar se calhas estão limpas e desobstruídas, se ralos não acumulam água e descartar objetos que não tenham utilidade e possam servir de criadouros.
As fêmeas do Aedes depositam ovos nas paredes dos recipientes, próximos à lâmina de água, e não diretamente na água. Quando voltam a ter contato com água, os ovos eclodem e dão continuidade ao ciclo do mosquito, contribuindo para a transmissão de doenças.
Havendo confirmação de transmissão viral ou alta infestação vetorial, a recomendação é de uso de repelentes corporais (específicos para cada faixa etária ou condição de saúde). Verifique neste link dicas sobre cuidados com o imóvel, e aqui orientações para a viagem.
A diretora de Vigilância em Saúde, Aline Medeiros, alerta para o risco de viajantes retornarem infectados com sorotipos não circulantes atualmente em Porto Alegre (3 e 4) ou com outras arboviroses. Pessoas contaminadas podem ser picadas por mosquitos saudáveis na cidade, que passam a transmitir o vírus, iniciando o ciclo de transmissão local e gerando aumento expressivo de casos.
Desde 2010, Porto Alegre registra circulação dos sorotipos 1 e 2 da dengue. “Quem já teve dengue por um sorotipo e se infecta por outro pode desenvolver formas mais graves da doença. Por isso, a busca por atendimento e a notificação são essenciais”, reforça a técnica da Vigilância Epidemiológica Letícia Campos Araújo.
Atenção aos sintomas
Durante a viagem e após o retorno, qualquer sinal de febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos, manchas na pele ou mal-estar deve motivar procura por atendimento médico. As arboviroses são doenças de notificação compulsória.
Situação em Porto Alegre
Até 15 de dezembro de 2025, a Capital registrou 56.767 notificações de suspeita de dengue, com 22.591 casos confirmados e 25 óbitos. Os dados estão sujeitos a atualização.