Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de janeiro de 2023
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, os peritos criminais da Polícia Federal iniciaram nesta quinta a coleta de material genético de presos pelas manifestações no último domingo.
As informações genéticas serão comparadas com o DNA recolhido da cena do crime, em vestígios de sangue, urina e fezes, por exemplo. Também serão analisados vestígios de DNA coletados em diversos itens pessoais abandonados quando da desocupação, como armas improvisadas para depredar e destruir. O procedimento é capaz de identificar culpados com uma prova inequívoca.
A lei autoriza a coleta compulsória do DNA em condenados por crimes hediondos e violentos ou por meio de expressa autorização judicial. Os dados coletados com os presos vão para o Banco Nacional de Perfis Genéticos, exclusivamente criminal e gerido pela PF.
Cerca de 50 peritos e papiloscopistas da PF realizaram a perícia dentro das dependências do STF. Foram coletadas digitais, material genético e até pegadas no local.
A expectativa é que o laudo seja concluído e divulgado dentro de 30 dias.
Tecnologia
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) afirmou que a perícia criminal da Polícia Federal é “dotada dos recursos humanos e materiais necessários para a execução das análises científicas, além da constatação e quantificação dos danos perpetrados”. A associação ainda pediu apuração rigorosa, o que exige a realização de exames periciais para averiguar a autoria e a materialidade das infrações cometidas.
A Polícia Federal possui, desde 2010, o programa Combined DNA Index System (Codis), desenvolvido pelo FBI – a polícia nacional dos Estados Unidos. O sistema permite cruzamento de dados através da coleta de DNA para identificar suspeitos de crime e pode auxiliar nos trabalhos em Brasília.
A PF também examina câmeras de segurança da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto, e as imagens feitas por drones da PF que sobrevoaram os prédios invadidos durante a onda de vandalismo. Peritos analisam ainda publicações nas redes sociais, onde houve convocação para os atos de vandalismo e também transmissões ao vivo das invasões.
A análise dos dados nas redes sociais foi facilitada pelos próprios vândalos, que fizeram transmissões tanto durante a convocação para os atos terroristas quanto durante a depredação.