Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Pesquisa aponta que a pandemia da Covid-19 afetou saúde mental dos profissionais de saúde

Mais de 50% dos profissionais de saúde afirmaram se sentir constantemente cansados ou esgotados e sem prazer em suas atividades profissionais. Entre os estudantes, o percentual sobe para 81,7%, indica uma Pesquisa em Saúde Mental desenvolvida com médicos e acadêmicos de medicina pelo núcleo de Psiquiatria do Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul).

O trabalho, que ganhou repercussão nacional os últimos dias, é revelador de situações que foram potencializadas pela pandemia junto aos profissionais de saúde. Coordenador do Núcleo de Psiquiatria, Fernando Uberti, admite que a pandemia pode ter contribuído para potencializar algumas situações no ambiente profissional de médicos e estudantes:

Sem dúvidas

Os médicos e estudantes estiveram expostos a todos os fatores estressores que impactaram ao restante da sociedade, no contexto da pandemia. Além disso, conviveram e convivem com estressores adicionais por estarem na linha de frente desse processo.

Podemos destacar a precária infraestrutura física de unidades de saúde, falta de insumos e equipamentos, excessiva politização das decisões em saúde, atrasos em remunerações, falta de meios para resolver os problemas dos pacientes. Nada tão novo, mas que se acentuou nos últimos meses. Tudo isso impacta expressivamente na saúde mental desses grupos.”

Impacto Psiquiátrico

Já, com relação ao impacto psiquiátrico da pandemia da Covid-19 em suas vidas, 30,4% dos médicos afirmaram que foi forte e outros 20,7% o consideraram muito forte. A mesma pergunta foi feita aos acadêmicos, sendo que 35,8% deles afirmaram que a pandemia teve forte impacto psiquiátrico em suas vidas, e outros 31,3% consideraram este impacto muito forte.

Sobre esse ponto, o médico Fernando Uberti comenta que “podemos ressaltar os dados a respeito do esgotamento psíquico e exaustão de médicos e estudantes de Medicina, o que se associa muito com a Síndrome de Burnout, quadro muito debatido nos últimos anos na Psiquiatria.

Outro ponto a ser enfatizado foi a elevada taxa de pessoas, entre esses grupos, que pensaram seriamente em desistir da profissão ou faculdade, o que nos dá uma dimensão mais clara acerca desse esgotamento.”

O resultado da pesquisa e sua avaliação foram trazidos a publico pelos integrantes do núcleo de Psiquiatria do Simers. Os quatro integrantes do núcleo fizeram explanações sobre o tema. Luciana Mesko falou sobre a forte associação entre os transtornos psiquiátricos e o suicídio; Rogério Cardoso abordou o papel da imprensa em informar e prevenir atos suicidas; e Gabriela Schuster tratou da importância de ir além do Setembro Amarelo e das dificuldades geradas pelos estigmas em torno dos transtornos mentais.

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