Domingo, 19 de outubro de 2025

Petro acusa os Estados Unidos de violar soberania colombiana e matar pescador no Caribe

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou os Estados Unidos de violarem a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe. Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos EUA que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

“Funcionários do governo dos Estados Unidos cometeram um assassinato e violaram nossa soberania em águas territoriais. O pescador Alejandro Carranza não tinha qualquer ligação com o narcotráfico, sua atividade era pescar”, afirmou Petro em publicação no X (antigo Twitter).

De acordo com o presidente, a lancha de Carranza estava à deriva, com sinais de pane, quando foi atingida. “Esperamos explicações do governo dos Estados Unidos”, completou.

Familiares da vítima confirmaram a versão. “Alejandro Carranza é pescador, somos criados em famílias de pescadores […] não é justo que o tenham bombardeado dessa maneira. Uma pessoa inocente que sai para buscar o pão de cada dia”, disse Audenis Manjarres, familiar da vítima, em entrevista à televisão pública RTVC Noticias compartilhada por Petro.

A Marinha norte-americana afirmou ter matado ao menos 27 suspeitos de narcotráfico em seis ataques contra embarcações desde o início de setembro. Manjarres, no entanto, disse ter reconhecido o barco de Carranza em vídeos do ataque de 15 de setembro e relatou que a última conversa com ele foi na véspera, às 5 horas da manhã.

Após o incidente, pescadores da região de Santa Marta, no litoral norte da Colômbia, disseram ter suspendido suas atividades por medo de novos bombardeios.

Em outro episódio, um colombiano de 34 anos sobreviveu a um ataque americano contra um semissubmersível que os EUA afirmam ter sido usado por traficantes. O homem foi repatriado em estado grave, com “traumas cerebrais” e respirando com auxílio de aparelhos, segundo o ministro do Interior, Armando Benedetti.

Benedetti disse que o sobrevivente será processado pela Justiça colombiana, por suspeita de envolvimento com o tráfico. O presidente americano Donald Trump afirmou que o submarino transportava fentanil e outras drogas e classificou a ação como “uma grande vitória na luta contra o narcotráfico”.

“Foi uma grande honra destruir um enorme submarino carregado de drogas que navegava em direção aos Estados Unidos”, escreveu Trump no Truth Social, acrescentando que “os dois sobreviventes serão devolvidos a seus países de origem, Equador e Colômbia, para serem julgados”.

O governo do Equador, liderado por Daniel Noboa, não se pronunciou sobre o caso até o momento.

Petro, que mantém relações tensas com Washington, já havia pedido à ONU que investigasse as ações norte-americanas no Caribe, afirmando que elas resultaram na morte de pescadores e civis pobres. Especialistas em direito internacional questionam a legalidade de ataques letais em águas internacionais contra suspeitos que não foram detidos nem interrogados.

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