Domingo, 24 de agosto de 2025

Petrobras testa capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas

 

A Petrobras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciam neste domingo (24) a avaliação pré-operacional (APO) no bloco marítimo FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial.

A APO é um simulado de emergência considerado a última etapa do processo de licenciamento ambiental para exploração de petróleo. O exercício foi definido após meses de negociação entre a estatal e o órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Apontada pela indústria como uma nova fronteira de exploração, a Margem Equatorial é considerada promissora pelo seu potencial produtivo. Por outro lado, a proximidade com ecossistemas sensíveis da região gera preocupação quanto aos impactos da atividade. O bloco FZA-M-59 está em águas profundas, a 175 quilômetros da costa do Oiapoque, no Amapá.

A sonda NS-42 está posicionada desde a noite da última segunda-feira (18) no poço Morpho 1-APS-57, onde ocorrerá a perfuração, caso a licença seja concedida. Outros equipamentos e estruturas também participarão do exercício, que deve durar de três a quatro dias, dependendo das condições de execução.

Durante a APO, o Ibama avaliará a efetividade do plano de emergência apresentado pela Petrobras. As simulações vão testar a capacidade de resposta a acidentes com derramamento de óleo, medindo a eficiência dos equipamentos, o tempo de atendimento à fauna e a agilidade da comunicação com autoridades e demais partes envolvidas.

Aeronaves poderão ser usadas em resgates aeromédicos, operações de monitoramento e no salvamento de animais. Mais de 100 profissionais, incluindo veterinários e biólogos, estarão mobilizados para atuar em situações de risco à fauna, de acordo com a empresa.

Procedimentos semelhantes já foram realizados em 2023, quando a Petrobras obteve licença para perfuração dos poços Pitu Oeste e Anhangá, no litoral do Rio Grande do Norte. Segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard, a estrutura enviada ao Amapá será “a maior já mobilizada pela empresa em resposta a ocorrências”.

Nos últimos anos, a Margem Equatorial tem chamado a atenção pelo potencial exploratório, reforçado pelas descobertas recentes de petróleo nas costas da Guiana, Guiana Francesa e Suriname. No Brasil, a área se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Atualmente, a Petrobras tem autorização do Ibama apenas para perfurar dois poços na costa potiguar.

Em maio de 2023, o Ibama negou a licença para a Bacia da Foz do Amazonas, decisão que a Petrobras pediu para reconsiderar e ainda aguarda resposta.

O tema divide o governo. O Ministério de Minas e Energia e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem a liberação, enquanto no Congresso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem atuado pela autorização.

Segundo a Petrobras, a demora na concessão da licença representa um custo diário de cerca de R$ 4 milhões para a companhia.

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