Por Redação do Jornal O Sul | 26 de junho de 2025
Relatório divulgado nessa quinta-feira (26) pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) do Rio Grande do Sul aponta um crescimento de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual no período de janeiro a março, em comparação ao trimestre anterior. Alavancada pela atividade agropecuária (27,3%), a alta ficou próxima do desempenho da economia brasileira no período (1,4%).
Já a indústria gaúcha apresentou um crescimento discreto, de 0,2%. O setor de serviços, por sua vez, sofreu leve baixa de 0,2%.
No acumulado de 12 meses, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 1,8% (período em que o do País subiu 2,9%). O setor agropecuário teve elevação 6,3%, enquanto os serviços cresceram 2,6%. Já a indústria recuou 1%, resultado atribuído principalmente às atividades de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, conjunto que caiu 19,5%.
Apesar desse resultado, o setor industrial apresentou expansão em segmentos como indústria extrativa mineral (3,4%), construção (4,1%) e indústria de transformação (1,1%).
A expansão da agropecuária foi puxada pelas elevações das produções de arroz (14%), milho (6%), fumo (18%) e uva (36%). Dentre as principais culturas do período, apenas a de soja (-37%) apresentou redução.
Na indústria de transformação, os destaques positivos foram os segmentos de produtos minerais não metálicos (7,7%), máquinas e equipamentos (6,4%), produtos de borracha e de material plástico (5,4%) e celulose, papel e derivados (4,9%).
O setor de serviços também teve desempenho positivo (2,6%), com expansão em todas as atividades, exceto em administração pública, educação e saúde públicas (-0,7%). As principais altas foram registradas em comércio (6%), transporte, armazenagem e correio (4,7%), intermediação financeira e seguros (4,5%) e outros serviços (2,2%).
No comércio, oito das dez atividades analisadas tiveram crescimento, destacando-se as vendas em supermercados e hipermercados, alimentos, bebidas e fumo (4,8%), material de construção (13,6%), veículos (6,2%), combustíveis e lubrificantes (7,3%). As únicas quedas ocorreram nos segmentos de informática e comunicação (-8,5%) e de livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%).
“O desempenho da indústria de transformação pode ser considerado uma boa notícia, pois chegou a seu terceiro trimestre seguido de crescimento, tendo como principal destaque o setor de máquinas e equipamentos, que voltou a apresentar números positivos pela primeira vez após dois anos de queda”, salientou o pesquisador Martinho Lazzari, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à SPGG.
Já o comércio apresentou variação negativa na margem, pela primeira vez desde as enchentes de maio do ano passado. Mas o seu nível permanece em um patamar alto e superior ao registrado no mesmo trimestre de 2024. Considerando-se os quatro trimestres encerrados em março de 2025, a economia gaúcha avançou 3,7% – em âmbito nacional, o PIB variou 3,5%.
(Marcello Campos)
