Quinta-feira, 25 de setembro de 2025

PIB do Rio Grande do Sul tem queda de 2,7% no segundo trimestre

Relatório divulgado nessa quarta-feira (24) pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) aponta uma queda de 2,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul entre abril e junho, em relação ao trimestre anterior. O mesmo índice negativo foi constatado no comparativo com igual período do ano passado.

De acordo com os técnicos de Departamento de Economia e Estatística (DEE) do órgão, o desempenho foi impactado sobretudo pela retração da agropecuária, com a quebra da safra de soja, principal produto agrícola gaúcho.

Apesar do recuo trimestral, os resultados dos setores da indústria e de serviços sustentou um crescimento no acumulado em 12 meses. O boletim econômico acrescenta que os números ainda refletem os efeitos de políticas públicas emergenciais e de reconstrução pós-enchentes, iniciadas em 2024 – é o caso do “Plano Rio Grande”.

“A elevação das demandas brasileira e internacional por máquinas e equipamentos fabricados no Rio Grande do Sul se soma às iniciativas ligadas a infraestrutura, comércio e serviços para sustentar a recuperação da economia e apoiar a geração de empregos no Estado”, sublinha o documento.

A apresentação dos dados contou com a participação do secretário-adjunto da pasta, Bruno Silveira, do subsecretário Alessandro Martins, do diretor do DEE, Tomás Fiori, e dos pesquisadores Martinho Lazzari e César Conceição, responsáveis pelo trabalho no Departamento.

Indústria e serviços em alta

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a agropecuária caiu 21,4%. Em contrapartida, a indústria cresceu 0,8%, puxada pela indústria de transformação (2,1%), com destaque para a produção de máquinas e equipamentos agrícolas.

Os serviços, por sua vez, avançaram 0,3%, sustentados por serviços de informação (0,7%) e outros serviços (1%). O comércio, porém, recuou 0,9%, registrando sua segunda retração seguida.

Comparação anual

Frente ao segundo trimestre de 2024, o PIB gaúcho também recuou 2,7%, com queda da agropecuária (-23,9%). Dentre os principais produtos, a soja apresentou redução de 25,2%, enquanto o arroz e o milho apresentaram crescimento no período (20,1% e 17,3%, respectrivamente).

A indústria cresceu 4%, liderada pela transformação (7,6%), recuperando-se da base deprimida pelas enchentes de 2024. Os serviços aumentaram 2,4%, com avanços em transportes, armazenagem e correio (4,8%), outros serviços (3,5%) e comércio (2,6%). Em sentido oposto, o setor de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana registrou queda de 16%, influenciado pela menor geração hidrelétrica.

Desempenho acumulado

No acumulado de janeiro a junho o PIB gaúcho caiu 0,5%, com destaque para o recuos da agropecuária (-13,3%) e crescimento da indústria (1,7%) e setor de serviços (2,5%). Já no acumulado de 12 meses, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 1,7%, desempenho puxado pelas altas nos serviços (3,5%) e na indústria (0,3%).

Já o PIB nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou elevação de 0,4% no segundo trimestre de 2025 frente ao trimestre anterior e de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024.

O pesquisador Martinho Lazzari, do DEE/SPGG, destaca o papel de indústria e serviços na sustentação da economia: “Apesar da quebra da safra da soja, cujas perdas se concentraram no segundo trimestre, a economia gaúcha teve crescimento no acumulado em 12 meses, com a indústria e os serviços apresentando desempenho positivo”.

(Marcello Campos)

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