Quinta-feira, 31 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de julho de 2025
O governo federal publicou nas redes sociais um vídeo que defende o Pix e dispara críticas afiadas a empresas do setor de pagamentos dos Estados Unidos. A postagem foi excluída minutos após a publicação, mas o material foi baixado por usuários e continua circulando em outras plataformas.
Intitulado “Por que o Pix incomoda”, o vídeo tem cerca de um minuto de duração e argumenta que o sistema de transferências instantâneas se popularizou entre comerciantes brasileiros por não cobrar as mesmas taxas que os pagamentos via cartões de crédito ou débito. Segundo a peça, esse modelo teria gerado desconforto em empresas estrangeiras do setor financeiro.
Com linguagem informal e uso de memes, o vídeo apresenta personagens fictícios como “Dona Maria”, proprietária de um pequeno comércio de bairro, e “João”, dono de uma barbearia. Ambos são retratados como empreendedores que se beneficiaram do Pix por fugir das tarifas tradicionais cobradas por operadoras de cartões.
O material também sugere que a adoção em massa do Pix no Brasil despertou o incômodo de empresas internacionais, principalmente americanas, que lucram com taxas sobre transações financeiras. O vídeo chega a afirmar que essas companhias tentam desqualificar o sistema brasileiro por medo de perder mercado.
Embora tenha sido apagado rapidamente das contas oficiais do governo, a publicação provocou repercussão entre economistas, influenciadores e parlamentares. Nas redes sociais, críticos alegaram que o conteúdo assumia um tom nacionalista e confrontava diretamente empresas dos EUA, em um momento de sensível relação comercial entre os dois países.
Outros usuários, no entanto, elogiaram a iniciativa por destacar os benefícios do Pix para a população de baixa renda e pequenos empresários. Para esses internautas, a ferramenta é vista como uma inovação que democratizou o acesso a meios de pagamento mais rápidos e baratos.
Lançado em 2020 pelo Banco Central, o Pix se tornou rapidamente um dos principais meios de pagamento no Brasil, superando TEDs, DOCs e até cartões em alguns segmentos. De acordo com dados da própria autoridade monetária, mais de 160 milhões de chaves Pix foram cadastradas até o primeiro semestre de 2025.
Apesar do sucesso, o sistema também tem sido alvo de tentativas de regulação e discussões sobre segurança. O Banco Central já sinalizou mudanças para aumentar a proteção dos usuários, enquanto setores do varejo e do sistema bancário seguem atentos às transformações que o Pix ainda pode causar no mercado.