Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Plano de reestruturação dos Correios prevê fechamento de mil agências e corte de gastos com pessoal

Os Correios detalharam nesta segunda-feira (29) o plano de reestruturação da empresa, que prevê corte de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, venda de imóveis e o fechamento de mil agências – atualmente os Correios têm cerca de 5 mil unidades.

A empresa vai implementar um PDV (programa de demissão voluntária) e espera, em até 2 anos, reduzir em 15 mil o número total de funcionários, o que representaria um corte de 18% na folha de pagamentos.

O PDV é um pacote de incentivos oferecido por uma empresa para que seus funcionários peçam demissão por vontade própria. Diferente de uma demissão comum, o PDV funciona como um acordo. Para a empresa, é uma forma de reduzir custos ou reestruturar o quadro de funcionários sem o impacto negativo de demissões em massa.

O detalhamento do plano de reestruturação foi apresentado durante entrevista coletiva em Brasília pelo presidente da estatal, Emmanoel Rondon, que afirmou que o modelo econômico-financeiro dos Correios deixou de ser “viável”.

O plano de reestruturação elaborado tem o objetivo de reverter os 12 trimestres seguidos de prejuízos. Entre as medidas preparadas, está a tomada de empréstimo de R$ 12 bilhões junto a instituições financeiras bancárias.

De acordo com Rondon, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Bradesco vão aportar R$ 3 bilhões cada. Itaú e Santander vão emprestar outros R$ 1,5 bilhão, cada um.

Segundo os Correios, R$ 10 bilhões do crédito contratado entrarão no caixa da empresa até quarta-feira (31). A empresa espera receber o restante em janeiro de 2026. A proposta detalhada nesta segunda visa recuperar a saúde financeira da empresa em 2026 para que possa voltar a ter lucro a partir de 2027. Para isso, os Correios esperam: redução em R$ 2,1 bilhões nos custos com pessoal; vender R$ 1,5 bilhão em imóveis não operacionais; redução de mil pontos de venda deficitários e reformulação do plano de saúde para reduzir o custo em R$ 500 milhões anuais

Em setembro, a empresa anunciou o resultado do primeiro semestre de 2025 e apresentou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões. Em 2024, o prejuízo no mesmo período tinha sido de R$ 1,3 bilhão. O presidente dos Correios afirmou que “a rota precisa ser ajustada rapidamente” para evitar um possível prejuízo de R$ 23 bilhões para o ano de 2026.

“Não tem mudança substancial em 2025 que vá afetar este ano. A expectativa é que ainda exista uma leve piora para 2026”, afirmou Rondon.

Aumento de receitas

A empresa também deve buscar novas estratégias para conseguir alavancar as receitas. A expectativa é chegar a R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, os Correios fecharam o ano com uma receita total de R$ 18,9 bilhões, contra R$ 19,2 bilhões em 2023 e R$ 19,8 bilhões em 2022.

Até setembro deste ano, os Correios viram sua receita diminuir em quase R$ 2 bilhões, no comparativo com o mesmo período de 2024. As receitas foram impactadas pela implementação do programa “Remessa Conforme”, criado pelo Ministério da Fazenda em 2023.

O governo passou a cobrar imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, que até então estavam isentas para empresas. A medida ficou conhecida como “taxa das blusinhas”.

Com a instituição do programa, a legislação brasileira passou a permitir que empresas de transportes façam o frete pelo Brasil de mercadorias internacionais, deixando de ser obrigatória a distribuição das encomendas junto aos Correios, como era feito até então.

A empresa ainda pretende investir R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, com um empréstimo junto ao Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, presidido por Dilma Rousseff.

A captação terá como destinação obrigatória a “automação de centros de tratamento, renovação e descarbonização da frota, modernização da infraestrutura de TI e redesenho da malha logística”.

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