Segunda-feira, 03 de novembro de 2025

Polícia Federal apreendeu 1 milhão de reais em moeda estrangeira com alvo do caso Abin

A Polícia Federal (PF) apreendeu o equivalente a R$ 1 milhão em moeda estrangeira com um dos alvos da investigação sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A quantia foi encontrada na Operação Última Milha, primeira ação ostensiva da PF na investigação, em outubro de 2023. O material apreendido na ocasião levou a PF a pedir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer buscas na casa e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e de outros investigados no caso.

O material apreendido na ocasião levou a PF a pedir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer buscas na casa e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e de outros investigados no caso. Os mandados foram cumpridos na quinta-feira passada. O deputado nega irregularidades.

O parecer enviado ao Supremo põe sob suspeita a apreensão do dinheiro na etapa anterior.

Sob investigação

A Abin abriu um procedimento para apurar por que equipamentos do órgão ainda estariam em posse de Alexandre Ramagem.

Durante busca e apreensão nos endereços ligados ao parlamentar na quinta-feira (25), a PF apreendeu um celular e um notebook pertencentes à Abin. Também foram encontrados diversos pendrives físicos, cuja investigação apura se também pertencem à agência de inteligência.

Segundo a Abin, Ramagem participou de processo de devolução de carga patrimonial e devolveu celulares e notebook. Porém, agora a Abin apura que equipamentos seriam esses que ainda estariam com o parlamentar quase dois anos após deixar o comando da agência.

Na mira da PF

Ramagem, alvo de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal na última semana, destinou a quantia de R$ 49 mil para uma agência criada por ex-assessores que integraram o chamado “gabinete do ódio” no governo de Jair Bolsonaro. Essa soma foi integralmente reembolsada pela Câmara dos Deputados.

Entre junho de 2023 e dezembro de 2023, ele realizou transferências mensais de R$ 7 mil para a agência. A Mellon Comunicação e Marketing Ltda foi criada, em 17 de maio de 2023, por José Matheus Sales Gomes, Leonardo Augusto Matedi Amorim e Mateus Matos Diniz, ex-assessores do Planalto. Gomes também já atuou como assessor de Carlos Bolsonaro.

Gomes e Diniz estão sob investigação no inquérito das fake news em tramitação no Supremo, enquanto Amorim está atualmente empregado no gabinete do senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo.

Entenda o caso

Na última quinta-feira (25), a Polícia Federal deflagrou uma operação que investiga espionagens ilegais feitas pela Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os agentes foram às ruas cumprir 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, dentre eles o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que é o ex-diretor da instituição.

De acordo com a PF, uma “organização criminosa” se instalou na agência. O objetivo, afirma a PF, era “monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas”, usando ferramentas de geolocalização de celulares sem autorização judicial.

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