Terça-feira, 12 de agosto de 2025

Polícia Federal pede a Alexandre de Moraes para usar armas e munições apreendidas com policial preso por trama golpista

A Polícia Federal (PF) solicitou nessa segunda-feira (11) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para reutilizar armas e munições que foram apreendidas com o agente federal Wladimir Soares. Preso desde novembro do ano passado, Soares é réu no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e também foi alvo de mandados de busca e apreensão.

O pedido foi feito por meio de um ofício assinado pelo delegado Fabio Shor, responsável pelas investigações relacionadas à trama golpista. No documento, Shor informa que diversos “armamentos, munições e acessórios de armas de fogo” foram encontrados e recolhidos na residência de Wladimir Soares durante o cumprimento das diligências, e esclarece que esses itens pertencem oficialmente à Polícia Federal, embora estivessem acautelados com o servidor.

Diante disso, o delegado argumenta que os materiais apreendidos são “essenciais ao desempenho das atividades institucionais da corporação” e, por isso, requer que sejam reincorporados ao patrimônio da PF, “a fim de possibilitar sua regular utilização e gestão patrimonial”.

A solicitação ocorre em meio ao avanço das investigações que colocaram Wladimir Soares como uma peça-chave dentro do grupo de servidores públicos envolvidos nos planos de ruptura institucional. Em maio deste ano, a PF elaborou um relatório com base em áudios extraídos do celular de Soares. Nas gravações, o agente revela seu engajamento com o plano golpista e a disposição para agir contra as instituições democráticas.

Nos áudios, Wladimir Soares afirma estar “preparado para prender” o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no STF. Em outro trecho, ele declara que “não ia ter” a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sinalizando sua adesão ao discurso golpista de setores radicalizados. Em tom ainda mais grave, o agente diz que, caso o plano tivesse sido levado adiante, o grupo estaria disposto a “matar meio mundo de gente”.

A devolução do armamento à PF, se autorizada, não afeta o andamento do processo criminal contra Soares, que permanece preso preventivamente e responde por sua participação em atos de tentativa de subversão da ordem constitucional.

Sonho

Independentemente do modo impróprio com que os parlamentares bolsonaristas se portaram no Congresso na semana passada, aliados de Jair Bolsonaro continuam, nos bastidores, procurando ministros do STF para tentar alguma negociação.

Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, por exemplo, já foram procurados. Negociar o quê?

Nada está muito claro. Mas algo que passe por livrar Bolsonaro de cumprir pena na prisão no julgamento do golpe, que deve acontecer dentro de 40 dias.

Ou mesmo uma condenação mais moderada, que o faça ficar o menor tempo possível preso.

Diz uma dessas pessoas a par das tentativas de negociação:

“Poderia ser uma pena pequena o suficiente para esperar um indulto dado por um presidente de direita se eleito no ano que vem.” (Com informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo)

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